Algar tem nota de crédito rebaixada pela S&P Global; entenda os motivos

A Algar Telecom divulgou na noite da última sexta-feira, 17, um relatório da agência de classificação de risco S&P Global que rebaixou o rating da operadora mineira, de brAAA para brAA+.

"Atualizamos nossas projeções para a Algar Telecom após a divulgação dos resultados de 2023, que demonstraram margens e alavancagem mais fracas do que o esperado", afirmou a consultoria no documento, prosseguindo:

"Além disso, a empresa detectou falhas em seus sistemas de controle, que acabaram gerando atraso na divulgação dos resultados, além de reclassificações contábeis e constituições de provisões de R$ 73 milhões no exercício. Isto, em nossa visão, demonstra fragilidade em sua gestão de controles internos e gerenciamento de risco".

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O relatório se refere à apuração de falhas em lançamentos e baixas realizadas pela operadora no ativo imobilizado. A questão foi identificada após denúncia recebida via canal de ética e levou à descoberta da capitalização indevida de R$ 15 milhões, que deveriam ter sido lançados como despesas operacionais. A provisão de R$ 73 milhões é uma salvaguarda para possíveis itens adicionais que podem ter sido capitalizados incorretamente.

Já do ponto de vista dos indicadores financeiros, a margem Ebitda ajustada da Algar em 2023 foi de 35%, com dívida líquida ajustada sobre Ebitda de 3,9x. Os números vieram abaixo das estimativas da S&P para a performance da empresa (margem de 42% e alavancagem de 3x).

Expectativa

No entanto, a agência de risco vê espaço para melhorias. "Esperamos uma recuperação importante de margens nos próximos anos, resultado da maturação das operações integradas da Vogel e do plano de melhorias operacionais atualmente em curso, cujos benefícios devem se materializar nos próximos trimestres".

Assim, a S&P Global acredita em uma margem Ebitda de 42% para a Algar em 2024, contribuindo para levar a alavancagem para cerca de 3,2x.

"A Algar Telecom segue reportando geração de caixa operacional relevante, entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões anualmente, e plano de investimentos focado em expansão da base de clientes, sem novos desembolsos relevantes para ampliação da rede de fibra. Assim, esperamos manutenção do fluxo de caixa operacional livre positivos nos próximos anos", apontou a agência.

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