SBA Communications vê oportunidades no mercado de edge datacenters

A empresa de infraestrutura de torres SBA Communications comemora 10 anos de presença no Brasil. Segundo Roberto Piazza, vice-presidente da SBA para a operação brasileira, a empresa cresceu nesse período de 800 torres inicialmente adquiridas da Vivo para um total de 12,5 mil, com previsão de ampliação. "Estamos em 3 mil municípios, onde chegamos por meio de 13 aquisições nesse período, e hoje somos provavelmente a segunda maior empresa, com tamanho equivalente à Claro", diz ele.

Roberto Piazza, VP para o Brasil da SBA Communications

Segundo Piazza, o setor de infraestrutura de torres tem passado por um processo de consolidação inteligente e necessário para assegurar saúde financeira às empresas. "O setor de infraestrutura de torres é essencial para o funcionamento do mercado de telecomunicações e por isso é importante ter empresas sólidas. Também consideramos que a separação da infraestrutura de torres trouxe uma capacidade importante de investimentos para as empresas de telecomunicações".

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Segundo ele, o Brasil ainda tem muitos desafios de cobertura no 4G e certamente esse desafio se ampliará no 5G. "Hoje já começamos a perceber uma demanda específica para a expansão do 5G, e com certeza isso vai se ampliar no futuro por uma demanda maior pelo mercado de infraestrutura street level", diz ele. Mas o diferencial da SBA, segundo Piazza, é a aposta em sites que contemplem capacidade para a instalação de edge datacenters, algo considerado essencial para as futuras aplicações do 5G. "Nós não tomamos a decisão estratégica de entrar no mercado de redes neutras, como algumas empresas do setor, mas estamos focados em agregar valor à infraestrutura de dados. Compramos três datacenters até aqui, um deles no Brasil, e nos EUA já avançamos na estratégia de oferecer edge datacenters". Segundo ele, movimento semelhante deve acontecer no Brasil.

Ele acredita que as empresas operadoras de redes de 5G estejam em um processo de evolução de suas redes, com a virtualização e em seguida com o lançamento de aplicações mais complexas que demandem capacidade de processamento em borda, e é nesse momento que a SBA está de olho.

Ele comenta também o movimento de consolidação das operadoras móveis e saída da Oi Móvel do mercado. "Foi um movimento esperado, porque na maior parte dos mercados trÊs operadoras nacionais é o limite de uma competição saudável. Mas acreditamos que as empresas regionais terão um papel importante.

Ordenamento

A SBA, assim como todas as empresas de infraestrutura de torres, está especialmente preocupada com o ambiente burocrático para a construção de torres no Brasil. "Estamos na Abrintel e o resultado do trabalho da associação tem ajudado muito a estabelecer um melhor nível de conhecimento por parte dos legisladores municipais. Precisamos dessas legislações amigáveis, mas é importante que também tenhamos um ordenamento por parte da infraestrutura de pequeno porte, para não termos insegurança futura", diz ele.

A SBA, assim como a Abrintel, se preocupa com a liberação de construção de infraestruturas de pequeno porte de forma desordenada, que no futuro pode trazer reações da sociedade, dos órgão de fiscalização e do Ministério Público. "O pior cenário é quando se constrói uma infraestrutura e depois ela precisa ser removida", diz a empresa. "É importante ter um padrão de requerimentos para a construção, e um processo de licenciamento claro e simplificado". 

 

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