Minicom vai examinar interferência entre LTE e TVs na faixa de 700 MHz

A interferência do LTE na recepção de TV, levada ao Ministério das Comunicações pelos representantes dos radiodifusores, pegou o governo brasileiro de surpresa. O ministro Paulo Bernardo admitiu que não tinha conhecimento dessa interferência, que segundo os radiodifusores foi identificada pela Inglaterra e pelo Japão, mas prometeu que ela será analisada na definição do tamanho do dividendo digital que será destinado à banda larga móvel.

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"Eles acham que não é recomendável ceder toda a faixa de 700 MHz porque pode haver interferência. Eu, para a falar verdade, nunca tinha ouvido falar disso. Mas não é possível vir todo um setor aqui e falar que é e nós acharmos que não tem nada a ver. Temos que examinar", afirmou o ministro.

Bernardo aceitou o pedido dos radiodifusores para que seja criado um grupo de trabalho para tratar do assunto, mas ainda não está decidido se este grupo será formal (criado por portaria) ou informal. De qualquer forma, Bernardo ressalta que desde a primeira reunião com os radiodifusores em julho, o Ministério sinalizou que nenhuma decisão será tomanda sem que o setor seja ouvido. Este grupo de trabalho, explica o ministro, não se confunde com o grupo que a Anatel criou para estudar a faixa, embora membros da Anatel possam também fazer parte dele.

Paulo Bernardo acredita que no ano que vem devem se iniciar as políticas de incentivo para a aquisição dos televisores com recepção digital ou de set-top boxes e, na outra ponta, incentivos para a digitalização das trasmissões. Segundo ele, a digitalização das geradoras "está muito adiantada", sendo que, portanto, as retransmissoras é que devem ser o alvo das políticas de incentivo.

O ministro confirma a intenção de licitar a faixa no segundo semestre do ano que vem, embora reconheça que esse cronograma possa sofrer atrasos. "Vai ter mil detalhes para tratar, independente da decisão que vamos tomar. Se for desligar em 2016, nós vamos ter que cuidar de "n" detalhes. Não dá para falar que isso aí está tudo resolvido". As declarações de Bernardo respondem aos anseios da Abert, que no Painel Telebrasil manifestou a preocupação de que o assunto não seja tratado como um fato consumado.

Outra ideia que deve ser concretizada é o desligamento do sinal analógico em etapas. Para o ministro, em algumas áreas será possível a antecipação do prazo de julho de 2016, enquanto em outras o desligamento poderá ficar para depois disso. "Temos que fazer isso no momento que tiver televisão para todo mundo".

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