Teles americanas vêem dificuldades em serviços de vídeo

Nos EUA, a AT&T, assim como a Verizon, está apostando alto na infra-estrutura de fibra para a entrega de serviços de TV por assinatura combinados com banda larga. E o caminho que a operadora tem procurado trilhar para brigar com as empresas de cabo é o de serviços de alto valor agregado. Não por acaso, os que demandam maiores investimentos. Assim, a entrega de conteúdos em alta definição e DVRs (gravadores digitais) é parte da estratégia. Segundo Jeff Weber, vice-presidente de produtos e estratégias de vídeo da AT&T, o plano é entregar DVRs para todos os assinantes e todos os pontos da casa ainda este ano, e investir mais em aplicações interativas, como programação remota dos DVRs, jogos e personalização das interfaces dos set-tops, além de recursos como acesso pela TV a serviços de relacionamento pessoal (como o FlickR).
Apesar de todos estes diferenciais, a AT&T ainda não se mostra confortável para divulgar os índices de churn comparados com os das operadoras de cabo. Ou seja, ainda não é possível saber com precisão o quanto a AT&T tem conseguido reter os seus clientes de vídeo. Segundo relatou Weber a este noticiário durante a NXTComm, que acontece esta semana em Las Vegas, os índices de churn estão caindo na medida em que a rede se torna estável e as tecnologias são compreendidas pelos usuários, e estão todos abaixo das previsões iniciais. Ele conta que a prioridade número um agora é a integração dos serviços de vídeo com a plataforma móvel da AT&T.

Problemas

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Mas existem, naturalmente, dificuldades na implantação de serviços de vídeo por parte das teles. Quem relata alguns dos desafios é Vickey Callen, vice-presidente de banda larga da CenturyTel, uma pequena operadora competitiva de telecomunicações que atua em 20 estados norte-americanos e que desde o ano passado tem tentado desenvolver serviços de IPTV sobre redes DSL. A executiva relata, inicialmente, dificuldades na implantação do serviço. "Mesmo com muito treinamento, ficamos surpresos em relação ao desconhecimento que nossos profissionais tinham da realidade IP. Eles entendem muito de telecomunicações, mas como o serviço é baseado em uma rede IP, tivemos que voltar aos conceitos básicos para educar os técnicos e atendentes". Ela também relata dificuldades para empacotar e definir níveis de produtos, sobretudo pelo fato de ser associada da operadora de DTH Dish na comercialização de produtos combinados (mais ou menos como faz a Sky com a Telemar e Brasil Telecom no Brasil). Outra dificuldade apontada por Vickey tem sido na divulgação do produto. "Sabemos que o que oferecemos tem muitas vantagens em relação aos serviços das operadoras de cabo, mas é muito difícil explicar estas diferenças de forma simplificada em peças de marketing". Outro problema que a operadora enfrenta é no relacionamento com os programadores. "Eles não confiam que uma rede IP fechada pode garantir a qualidade da imagem e por isso têm resistência em permitir que utilizemos taxas de compressão maiores. Acho que os programadores pensam que as redes que fazem IPTV são como TV na Internet".

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