Empresas querem conversão pulso-minuto em etapas

Uma sugestão para implantação gradativa da conversão pulso-minuto por parte das concessionárias de telecomunicações foi a principal manifestação ouvida durante a audiência pública promovida pela a Anatel nesta terça, 18, sobre o regulamento de tarifação do STFC e a norma que estabelece os critérios para a conversão do valor do pulso para o minuto de comunicação local também no STFC.

Telefônica: migração gradativa

Há duas linhas de argumentos por parte das empresas: a Telefônica centra seus argumentos na dificuldade dos usuários de entender e absorver as mudanças, o que poderia ?queimar? uma boa proposta, provocar impactos negativos numa mudança considerada positiva pela empresa e especialmente transformar o call center num verdadeiro caos. Se a implantação for de toda a operadora, a Telefônica calcula que haveria um aumento de 70% no tráfego de seu call center. Para sua própria operação, a Telefônica sugere a implantação de um projeto piloto com 50 mil usuários em dois meses e depois introduzir no novo sistema incluindo cerca de 2 milhões de usuários por mês até completar toda a planta.

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Telemar: "faseamento"

O argumento da Telemar é semelhante. De acordo com Airton Aragão, ?quando chegarem as contas cobrando por minutos, os usuários que tiverem os valores aumentados (certamente aqueles que fazem ligações mais longas) vão supor que estão sendo vítimas de uma nova "maldade" por parte da empresas. Já os que receberem contas com valores mais baixos (os que costumam fazer ligações mais curtas) vão supor que se livraram de uma grande "maldade" que a empresa perpetrava contra eles?. A Telemar sugere um neologismo para caracterizar o processo de implantação da mudança: ?faseamento?, e gostaria que a Anatel incluísse nos valores ?convertidos? os custos que as empresas terão para promover a mudança.

Brasil Telecom: 90% preparada

A Anatel insiste que desde julho de 2003 as empresas tinham conhecimento de que as mudanças seriam necessárias. A Brasil Telecom argumenta que até agora esperou a definição exata do que a Anatel deveria cobrar das empresas. Segundo Alessander Castro, representante da empresa, a agência sabe que a definição implicaria diferenças de tecnologia a serem implementadas pelas empresas. ?Para fazer a contagem do tempo por minuto, por exemplo, basta programar o temporizador que conta os pulsos para marcar a cada seis segundos. Podemos fazer de imediato. Para fazer a bilhetagem que implica registro de todas as ligações incluindo seu destino, como se faz na longa distância, o processo é muito diferente e implica grandes investimentos e prazo para receber os equipamentos dos fornecedores?. De qualquer forma, de acordo com o Castro, a BrT tem condições imediatas de bilhetar as ligações para cerca de 90% de seus usuários.

Anatel: "faseamento" possível

No fechamento da audiência pública, o superintendente de serviços públicos da Anatel, Marcos Bafutto, voltou a afirmar que as empresas sabiam das mudanças desde 2003 e defendeu a proposta original da agência, que pode ser resumida em ?cobrar por minuto a partir de primeiro de janeiro, e obrigatoriamente oferecer a bilhetagem a partir de 1º de março?. A proposta da Anatel prevê ainda que as empresas que não desejarem fazer a bilhetagem em determinada área local, somente poderão cobrar a assinatura básica como remuneração pelo serviço local, e que, neste caso, todas as áreas locais de mesmo porte deverão ser enquadradas. O superintendente lembrou mais uma vez que esta é uma decisão ?do negócio? na medida em que em pequenas cidades existem certamente centrais com movimento local tão baixo que não compensaria a implantação de um sistema de bilhetagem das chamadas locais. O superintendente não descarta, porém, a possibilidade de aceitar uma proposta de implantação por fases como sugere a Telemar.

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