O governo indiano desistiu de cobrar da Research In Motion (RIM), fabricante do BlackBerry, formas de acessar e-mails trocados entre aparelhos BlackBerry usados por empresas. Segundo reportagem do The Wall Street Journal da quinta-feira, 17, o Ministério do Interior da Índia agora vai cobrar medidas das operadoras de telecomunicações do país para fiscalizar as comunicações feitas por meio do smartphone.
A Índia já busca meios de acessar as informações trocadas por BlackBerry no país desde o ano passado. Para o governo do país, o sistema de armazenamento das mensagens nos servidores da RIM, que as criptografa e não permite o acesso de terceiros, pode acobertar a ação de grupos terroristas e criminosos.
Durante o segundo semestre do ano passado, a RIM e o governo indiano fizeram algumas reuniões para tentar atender as exigências do Ministério do Interior sem prejudicar a privacidade dos consumidores. No entanto, a conversa mudou de tom quando o governo exigiu, também, acesso às mensagens trocadas por clientes corporativos. A fabricante do BlackBerry logo avisou que não tinha como permitir tal fiscalização, já que a "chave" da criptografia dos clientes empresariais ficava com as próprias empresas e com as operadoras de telecom (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Pelo acordo da concessão de serviços de telecom na Índia, todas as operadoras são obrigadas a permitir o acesso do governo a determinados tipos de informação, caso solicitadas. O BlackBerry, no país, acessa a internet pelas redes da Bharti Airtel, Reliance Communications, Idea Cellular, Mahanagar Telephone Nigam, Tata Teleservices, Bharat Sanchar Nigam e Vodafone Essar.
Nenhuma das empresas envolvidas no assunto quis comentar as informações.