A Secretaria Municipal de Serviços de São Paulo e a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam) abriram nesta segunda-feira, 17, uma nova consulta pública para o Praças Digitais, projeto que prevê a instalação de sistemas Wi-Fi com acesso gratuito em 120 praças e locais públicos de São Paulo.
Até 21 de junho, ainda podem ser tiradas dúvidas sobre o novo edital. No período anterior de consulta pública, o edital recebeu mais de 300 contribuições.
A grande novidade da nova versão do edital é que ele excluiu completamente todas as exigências de qualidade de serviço (QoS) que na primeira versão do edital estava amplamente prevista e que permitiria, à contratada e à prefeitura, a realização inclusive de controles de conteúdos e o armazenamento dos dados dos usuários. A mudança na nova versão foi radical e agora o edital diz expressamente o seguinte: "Não é permitido realizar traffic shaping, qualquer tipo de bloqueio de tráfego, guarda de logs de navegação ou outros mecanismos que violem a neutralidade da rede, a privacidade dos usuários ou a liberdade de uso da internet, exceto para atender ao item 1.5 deste Termo de Referência". O item 1.5 diz que a empresa prestadora do serviço deverá "ter condição de implantar, a qualquer momento e por determinação da CONTRATANTE, solução de autenticação e registro de usuários, na forma do ordenamento jurídico pertinente, considerando os padrões LDAP, Captive Portal e RADIUS, na forma definida pela CONTRATANTE e sem ônus".
A proposta prevê a cobertura de praças, parques e locais de grande circulação, incluindo áreas gigantescas, como o Parque do Ibirapuera, ou de muito movimento, como o Vale do Anhangabaú, estão previstas para terem cobertura. Serão ao todo cinco lotes licitados.
As redes precisam operar em duas frequências (2,4 GHz e 5 GHz), com capacidade de formação de rede Mesh, e devem atender a todas as especificações do padrão Wi-Fi, mas excluiu a previsão de compatibilidade com o padrão 802.11ac existente na primeira consulta.
A capacidade dos links também deve ser um desafio. Está previsto no edital que cada hotspot tenha condições de assegurar uma conexão de pelo menos 512 kbps de downlink e uplink para cada usuário simultâneo, sem possibilidade de gestão do tráfego. Cada área tem um padrão de usuários simultâneos requeridos, podendo ir até mil usuários, dependendo da área. A cobertura também é desafiadora e será definida pela Prodam nos projetos, mas deve assegurar determinados níveis de criticidade em função do número de usuários por metro quadrado previstos. Outro desafio é a necessidade de assegurar, dentro de cada área de cobertura, o handover entre as estações base .
A versão original do edital pode ser acessada a partir da matéria publicada por este noticiário em maio, que chamava a atenção para os elementos de controle de tráfego exigidos.