Conteúdo de canais pagos na Internet divide opiniões

Ao mesmo tempo em que precisa ser um provedor de conteúdo multiplataforma, é preciso manter uma boa relação com os atuais distribuidores (e que pagam pelo conteúdo). Para o diretor geral da Viacom Brasil e VP de distribuição da MTV Networks Latin America, Álvaro Paes de Barros, utilizar as novas mídias ao mesmo tempo em que se tenta manter as relações tradicionais, é um quebra-cabeça difícil de ser montado. "No momento em que você disponibiliza conteúdo de televisão paga na Internet com uma janela de uma hora, na minha opinião, você transforma a Internet em mídia concorrente à sua e não complementar", diz Barros. O executivo participou de painel durante o 3° Web Expo Forum, evento promovido pela Converge Comunicações, em São Paulo.
Para o executivo, porém, isso não significa que não se deva utilizar a janela de Internet. Ele lembra que a programadora já fez algumas estreias de programas em seu site banda larga, e que foi uma experiência positiva. "É preciso encontrar um meio termo que não desrespeite a relação com o distribuidor tradicional e que atenda às exigências da audiência", diz o diretor, lembrando ainda que apenas 4% das receitas da Viacom são provenientes das novas mídias.
Ele conta que o MTV Hits, canal de clipes musicais da Viacom, é um bom exemplo de como utilizar a Internet sem "enfurecer" o operador de TV paga. "Temos um acordo com o UOL sobre o vspot, o player do canal VH1. Disponibilizamos clipes musicais, que são a base do canal MTV Hits. No entanto, acredito que esse modelo respeita as experiências diferentes de ver vídeos", diz. "Normalmente, quem vê videoclipes pelo computador está trabalhando, por exemplo".

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Para o diretor de novas mídias e TI da ESPN, José Papa Neto, é possível aprimorar a relação com os operadores, já que hoje os maiores têm bases de banda larga relevantes. "Como provedores de conteúdo, podemos adicionar valor à distribuição física de Internet, oferecida pelos operadores", diz.
O diretor de desenvolvimento de produtos da TV Globo, Roberto Schmidt, acredita que o operador de TV paga precisa entender a mudança que está acontecendo na distribuição do conteúdo. "Há uma demanda do público, e nós temos que oferecer esse conteúdo. A interface com o operador tem que ser discutida, para que o resultado final seja o melhor para todos, operadores, provedores de conteúdo e o público", conclui.

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