Teles britânicas descartam DVB-H e testam mobile TV em IMB

Em meio a demonstrações de novas tecnologias de redes, devices e aplicativos, o Mobile World Congress, que se encerrou nesta quinta, 17, em Barcelona, trouxe à tona a realidade europeia de um tema já bastante discutido: a TV móvel.
O que conhecíamos como padrão europeu de mobile TV, o DVB-H, aparentemente está com os dias contatos. E mais que isso, já tem um substituto – o Integrated Mobile Broadcast (IMB), baseado nas especificações do release 8 do 3GPP e que permite broadcast de dados sobre a rede 3G usando parte da faixa destinada para TDD na Europa. Pelo menos essa é a tecnologia que parece ser a preferida dos operadores de telecomunicações, detentores do espectro.
Nos últimos anos, Alemanha, Holanda, Suíça, França e Áustria lançaram e posteriormente descontinuaram suas operações de DVB-H. "Não há muita opção de handsets com DVB-H embarcado, os que existem são muito caros e poucos usuários assinaram o serviço", justifica o Senior Technical Expert de redes de acesso de rádio da Orange, Benoît Graves. "Além disso, a transmissão utilizando DVB-H demanda muita banda e as redes das operadoras não suportariam transmissões simultâneas de canais ao vivo para muitas pessoas", completa.

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No Reino Unido, O2, Vodafone e Orange descartaram a possibilidade de lançar DVB-H e testam em conjunto o IMB com cerca de 200 assinantes. Para isso, usam 5 MHz da Orange UK e 5 MHz da O2, faixas destinadas a serviços de TDD (Time Division Duplex) e que estavam subutilizadas.
"A vantagem é que o IMB usa um único canal de freqüência para transmissões simultâneas de conteúdo, o que melhora a eficiência de uso do espectro; e está bem integrado às atuais redes 3G", detalha Graves. Outro ponto relevante é que cerca de 150 operadoras de mais de 60 países da Europa e cobrindo cerca de 500 milhões de usuários receberam faixas para serviços TDD junto com as licenças de 3G e têm os 5 MHz necessários para o IMB.
O headend utilizado no teste é da Ericsson, a conectividade é da British Telecom e o player multimídia é da Streamezzo. A IPWireless fabrica o chipset IMB, já integrado no modelo KS20, da LG, no Galaxy S e Galaxy Tab, da Samsung, e em acessórios para iPhone e iPad.
"Nos nossos testes, estamos fazendo broadcast de até 20 canais de TV ao vivo com apenas 300 kbps, dez canais de áudio e ainda um carrossel dos conteúdos mais populares on demand para serem baixados pela rede de dados móveis", revela Graves.
É claro que o Brasil vive uma situação bem diferente com o padrão brasileiro de TV digital aberta, já que o ISDB-T permite a transmissão gratuita do sinal da TV por radiofreqüência, isto é, diretamente para receptores integrados nos handsets e sem que seja preciso utilizar as redes celulares. Mas, como também temos serviços pagos de TV móvel lançados nas redes das operadoras nacionais, se o IMB ganhar escala na Europa, é bem possível que comecemos a ouvir falar mais dele por aí.

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