MDIC lança nova fase do programa que libera R$ 2 bi para transformação digital de empresas brasileiras

Foto: Pixabay

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Geraldo Alckmin lançou nesta quinta-feira, 16, a nova fase do programa Brasil Mais Produtivo, que tem como foco incrementar a transformação digital e tecnológica das micro, pequenas e médias empresas brasileiras.

"Trata-se do maior e mais impactante programa de produtividade e transformação tecnológica para micro, pequenas e médias empresas industriais já implantado no Brasil, conectado com a política de neoindustrialização inovadora, sustentável e indutora do desenvolvimento social", afirmou o ministro na ocasião.

A nova fase do programa vai destinar R$ 2,037 bilhões para o engajamento digital de 200 mil indústrias, com atendimento direto a 93,1 mil empresas nos próximos três anos. Para fortalecer ainda mais a iniciativa, o MDIC articulou e trouxe para dentro do programa as instituições financiadoras BNDES, Finep e Embrapii, que agora se somam às parcerias já consolidadas com ABDI, Sebrae e SENAI, sendo que esses dois últimos entram como executores e com aporte de recursos próprios.

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A proposta do programa Brasil Mais Produtivo é que as empresas atendidas entrem em um processo de Transformação Digital que passa por aperfeiçoamento da força de trabalho, requalificação, melhores práticas de gestão, digitalização, otimização de processos produtivos e aumento de eficiência energética, culminando com crédito a juros baixos ou recursos não-reembolsáveis para adoção de tecnologias ligadas à indústria 4.0 e às "smart factories", ou fábricas inteligentes.

A gerente de Transformação Digital da ABDI, Adryelle Pedrosa, destaca que os empresários entendem a importância da inovação, sabem que precisam agir e estão abertos a transformar seus negócios.

"Isso foi demonstrado no Mapa da Digitalização das MPEs brasileiras, realizado pela Agência em parceria com a FGV", lembrou Adryelle. "O levantamento apontou que 68% deles estão abertos para participar de um programa de aceleração de sua maturidade digital. E o Brasil Mais Produtivo atua justamente nessa direção", afirmou.

Tecnologia na indústria

Estima-se que, de todas as empresas atendidas nesta nova fase do Brasil Mais Produtivo, ao menos 8,2 mil alcancem a chamada "fronteira tecnológica" ao final do processo – com instalação de sensores digitais na linha de produção, interligação de sistemas por computação em nuvens, utilização de Big Datas, IoT (internet das coisas), impressão 3D e inteligência artificial.

"Estamos engajados em apoiar o fortalecimento deste programa fundamental para a aceleração da difusão de tecnologias digitais, que irá contribuir para o aumento da produtividade e da competitividade da economia", disse o presidente da Finep, Celso Pansera.

Segundo ele, a transformação digital é essencial para a indústria brasileira e é um dos focos prioritários de apoio pela Finep. "Ao adotar tecnologias avançadas de digitalização, as empresas otimizam seus processos, reduzem custos e melhoram a qualidade de seus produtos", afirmou.

O programa Brasil Mais Produtivo

O Brasil Mais Produtivo existe desde 2016. De lá para cá, as instituições parceiras têm atuado separadamente em duas frentes: enquanto o Sebrae presta consultorias ao setor de Comércio e Serviços, o SENAI atende a indústria.

Na nova configuração, as unidades do SENAI e do Sebrae atuarão de forma coordenada, identificando as metodologias que melhor se aplicam às empresas atendidas, com técnicas para promoção de manufatura enxuta e eficiência energética, adoção de melhores práticas de produtividade e digitalização da gestão do negócio.

Nas etapas de apoio à transformação digital propriamente dita, o primeiro passo será a elaboração de diagnóstico da maturidade para adoção de tecnologias industriais inteligentes, seguido de elaboração de projeto customizado, solução de financiamento e acompanhamento da implantação.

A porta de entrada para todas as empresas que pretendem participar do Brasil Mais Produtivo, inclusive dos setores de comércio e serviços, que continuarão a ser atendidos normalmente, é o site da ABDI, que vai direcionar os interessados para as modalidades do programa e para as respectivas páginas dos parceiros Sebrae e SENAI.

Para esta nova fase do programa, o SENAI desenvolveu uma plataforma digital com materiais, cursos e ferramentas de produtividade e transformação digital que facilitarão o aprendizado e a aplicação contínua por parte das empresas.

Nova política industrial

A modernização tecnológica das pequenas e médias empresas faz parte da Nova Política Industrial Brasileira, que está em construção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e é guiada pelo conceito de missões.

São seis as missões definidas pelo CNDI. Entre elas, a que mais se alinha ao novo Brasil Mais Produtivo é a Missão 4, que busca "aumentar a produtividade da indústria brasileira por meio da incorporação de tecnologias digitais, especialmente as desenvolvidas e produzidas no país".

Modalidades do programa

O novo Brasil Mais Produtivo terá quatro modalidades de atendimento até 2027, a saber:

Plataforma de produtividade

– Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas terão acesso a cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital.

Diagnóstico e melhoria de gestão

– Até 50 mil micro e pequenas empresas receberão orientação e acompanhamento contínuo de Agentes Locais de Inovação e outros instrumentos do Sebrae para aumento da produtividade, além de projetos setoriais do Sebrae que também serão oferecidos.

Otimização de processos industriais – consultoria mais educação profissional

– Até 30 mil micro e pequenas empresas serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.

– Até 3 mil médias indústrias serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.

Transformação Digital

– 360 empresas apoiadas com desenvolvimento de tecnologias 4.0.

– 8,4 mil MPMEs serão beneficiadas com soluções desenvolvidas por empresas provedoras de tecnologias 4.0, via chamadas Smart Factory, além da possibilidade de contratação de pós-graduação em Smart Factory do SENAI com desconto.

– Até 1,2 mil médias empresas serão contempladas com um plano completo de transformação digital, da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento.

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