O CEO da operadora japonesa Softbank, Masayoshi Son, começou sua palestra no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta quarta-feira, 16, descrevendo um cenário desastroso para as teles: nos próximos cinco anos, a base de usuários crescerá 1,5 vez e o Arpu (receita média por usuário, na sigla em inglês) diminuirá 1,5 vez. Ou seja: não haverá melhora no faturamento. E pior: no mesmo período, o Capex aumentará significativamente, por causa da crescente demanda por banda. "As operadoras estão virando meros canos e empresas como Google e Apple colhem os frutos", reclamou.
Só há duas saídas para as operadoras, na opinião do executivo: ganhar market share e elevar a receita média por usuário. Foi exatamente o que fez a Softbank nos últimos cinco anos, desde que comprou a Vodafone do Japão por US$ 20 bilhões. "Todos me achavam louco na época", brincou Son. Nesse intervalo de tempo, a base de assinantes da Softbank subiu de 15,6 milhões para 24,3 milhões e o Ebit aumentou cinco vezes. "Somos uma das poucas empresas do mundo que conseguiu crescer seu Arpu total nos últimos cinco anos", afirmou. A explicação está no aumento do consumo de dados móveis por seus usuários, o que representa atualmente 54% da receita da operadora, sem contar SMS, o que faz da Softbank a número 1 nesse aspecto no mundo, garante o executivo. O Arpu de voz cai ano após ano, mas essa tendência é compensada pelo bom desempenho dos serviços de dados. De 2002 até 2010, o volume de tráfego de dados em sua rede elevou-se em 1,2 mil vezes. Hoje, 100% da base da Softbank é 3G, enquanto a média mundial é 22%.
Son contou que 85% de seus novos assinantes que são estudantes universitários compram smartphones. O incentivo à conexão móvel começa dentro da própria empresa: todos os funcionários da Softbank têm iPhone e iPad. O próprio Son revela: "há doze meses não toco em um PC".
Mobile World Congress