Testes com banda de 3,5 GHz ainda estão em andamento, diz Anatel

Espectro eletromagnético, radiofrequência, frequência

Também considerada para 5G, a faixa de 3,5 GHz continua na etapa de testes de laboratório. A Anatel avalia colocá-la em eventual licitação no segundo semestre de 2019, mas até lá, precisa resolver o problema de interferência com a banda C usada em serviços de satélite para TV em antena parabólica, a chamada TVRO. O Conselho Diretor ainda deverá decidir o prazo para uma nova consulta pública, que antes estava prevista para o primeiro semestre deste ano, mas segue sem lançamento definido. O gerente de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, Agostinho Linhares, lembra que os testes ainda estão ocorrendo em conjunto com o CPqD na rede da Claro na região da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

A fase atual é a de "caracterização dos dispositivos de TVRO e LNBF" – os receptores "Low-noise block feedhorns", que ficam montadas no disco da parabólica. Isso porque os equipamentos da base instalada de usuários não utilizam filtros. "Por mais que tenham 5G em uma faixa adjacente, o sistema TVRO recebe o sinal, e não deveria receber, o que acaba saturando. Existe solução técnica para filtrar e vamos ver o que existe disponível hoje no mercado." Quem bancaria essa conta é outra questão que Linhares diz que ainda será discutido.

O passo seguinte será o de testes em campo com os dispositivos já caracterizados. "Com característica técnica de cada dispositivo e com resultados de campo, conseguimos fazer extrapolação para cenários diferentes dos quais foram feitos no teste", explica.

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Serviços de satélite

A Anatel também considera a utilização de satélite nas bandas Q e V para um futuro cenário de backhaul para 5G. Linhares entende que, apesar de não ser a infraestrutura ideal como a fibra, poderá adicionar capacidade de "dezenas de megabits por segundo". Ele afirma que novos satélites serão lançados com essas faixas mais altas, de 40 a 50 GHz, citando ao menos um caso do satélite Júpiter 3, da Hughes, que tem previsão de operação em 2021. "A vantagem é que a largura de faixa disponível é maior do que da banda Ka: no Brasil, para aplicações de alta densidade, temos 1 + 1 GHz. Nas bandas Q e V, teremos maior, talvez até 2 + 2 GHz, mas isso está sendo discutido ainda, tem que evoluir um pouco mais", declara. Segundo ele, é uma faixa importante, mas há possibilidade de problemas de interferência com condições climáticas, embora ressalta que tecnologia esteja melhorando para evitar interrupções.

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