A operadora de DTH norte-americana Dish Networks anunciou nesta segunda-feira, 15, que submeteu uma proposta de fusão com a operadora de telefonia móvel Sprint Nextel Corporation, também dos Estados Unidos (que não tem nenhuma relação com a Nextel brasileira). Segundo comunicado, a Dish propôs à diretoria da Sprint um valor total de US$ 25,5 bilhões, o que a ofertante considera como algo de "claro valor superior aos acionistas", incluindo uma maior propriedade em uma companhia combinada que "é melhor posicionada para o futuro com mais espectro, produto, assinantes, escala financeira e novas oportunidades".
A proposta da operadora de TV paga pode representar uma saída mais segura para os acionistas da Sprint. Em março, a japonesa Softbank ofereceu US$ 20 bilhões também para uma fusão com a operadora móvel, mas o governo dos Estados Unidos exigiu condições para prevenir que equipamentos das fornecedoras chinesas Huawei e ZTE virassem parte da infraestrutura norte-americana.
O valor total oferecido pela Dish é dividido em US$ 17,3 bilhões em dinheiro e US$ 8,2 bilhões em ações, considerando o valor US$ 7 por papel baseado na cotação da última sexta-feira, assim chegando em US$ 4,76 por ação em cash e 0,05953 ações da Dish pela Sprint. De acordo com a operadora de TV por satélite, a proposta representa um ganho de 18% acima da proposta da Softbank.
Em comunicado, o CEO da Dish, Charlie Ergen, sugere também que a fusão entre as empresas norte-americanas significa uma melhor posição estratégica e "sinergias substanciais que não são possíveis pela proposta pendente da Softbank". Ergen ainda diz que a manobra iria proporcionar à Sprint um "pacote conveniente, totalmente integrado e de abrangência nacional de serviços domésticos ou não de vídeo, banda larga e de voz". A Dish diz ainda que a combinação pode representar um valor líquido em "oportunidades de crescimento e sinergias" de US$ 37 bilhões, incluindo um valor estimado de economia de US$ 11 bilhões.
Estratégias
A operadora norte-americana de DTH já havia conseguido em dezembro do ano passado autorização da FCC (órgão regulador dos EUA) para utilizar frequências de 2 GHz (que controlava para uso satelital) para serviços de banda larga e mobilidade, totalizando 40 MHz de espectro. Na época, Ergen declarou ao The Wall Street Journal que considerava a construção de uma rede LTE própria, venda de espectro ou uma parceira com operadoras móveis. A última opção agora pode acabar virando realidade com a fusão com a Sprint.
No Brasil, a Dish ainda continua buscando uma forma de entrar no mercado com serviços de TV por assinatura, embora ainda esteja sem um parceiro. As negociações com a Telefônica/Vivo e com a Oi acabaram não sendo frutíferas, mas a empresa estaria negociando com um possível sócio com capacidade de distribuição.