A Nokia Siemens Networks perdeu 16% das receitas em 2009. Foi muito, mas em linha com o que perderam seus concorrentes europeus e mesmo com a queda dos fornecedores chineses, desconsiderado o mercado da China. Sem citar o nome dos concorrentes, mas deixando claro de quem falava, o presidente da NSN, Rajeev Suri, comparou: a Huawei cresceu 5% em 2009 se contada a China, mas se contar apenas o resto do mundo, caiu 16%. A Ericsson caiu 19% e a Alcatel Lucent, 21%. "Além disso, com os ajustes feitos em 2009, conseguimos um ponto de break-even mais baixo e estamos mais competitivos", disse.
Mas essa não foi a única mensagem que a empresa procurou passar em Barcelona aos analistas financeiros e jornalistas durante o Mobile World Congress. A Nokia Siemens Networks procurou também desenhar os próximos passos para o que considera ser a grande redenção do mercado de infraestrutura: o crescimento do mercado de smart devices, onde se inclui a conexão de máquinas e dispositivos além dos smartphones. Para a Nokia Siemens Networks, essa realidade levará as operadoras a adaptarem suas redes para plataformas totalmente IP, forçando um novo ciclo de crescimento da indústria. O exemplo que a NSN gosta de citar é o contrato recém firmado com a operafora francesa Free, não pelo tamanho do negócio, mas pelo escopo de uma rede 4G construída do zero toda sobre uma base IP. A oferta de serviços e serviços gerenciados também são importantes para a NSN, e nesse sentido o recém fechado acordo com a Nextel na América Latina, incluindo o Brasil, foi destacado pela empresa. Segundo Suri, dos dez maiores clientes da NSN, cinco hoje contratam os serviços da empresa, além dos equipamentos. O desafio agora é o aumento do tráfego de dados, diz.
Só o começo
Os custos de roaming atuais são um outro problema", disse o presidente da NSN. O iceberg está vindo e não se sabe o quanto dele está para baixo da água. Nós estimamos que em 2015 o tráfego de voz terá crescido 50%, o tráfego de dados em laptops crescerá 1000% e o tráfego de dados em smart devices terá crescido 10.00%. Somando laptops e smart devices, serão 23 exabytes por ano de tráfego", diz.
Para a Nokia Siemens, o problema dos operadores é que o crescimento das receitas com dados não segue a mesma proporção. "As receitas crescem três ou quatro vezes no mesmo período".
Uma das apostas da NSN é em plataformas que permitam diminuir o tráfego que não gera receita. Por exemplo, a sinalização entre dispositivos e a rede. Uma forma de fazer isso é com plataformas de sinalização e configuração remota de dispositivos mais eficientes. Outra aposta da empresa é na oferta de backhaul de alta capacidade por microondas.