Para Ericsson, ainda não está claro se LTE terá margens melhores para fornecedores

Depois do terremoto que derrubou os balanços dos grandes fornecedores europeus de equipamentos de telecomunicações em 2009, as manifestações dos principais executivos durante o Mobile World Congress têm sido no sentido de mostrar que existe uma perspectiva de recuperação, mas que ela ainda está distante pelos menos dois anos no horizonte e passa, inexoravelmente, pelo sucesso das tecnologias de banda larga móvel HSPA+ e LTE. Para Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson, respondendo a uma pergunta feita por este noticiário, ainda é cedo para dizer quanto as margens dos grandes fornecedores serão melhores com LTE em relação às margens que são conseguidas hoje com serviços e plataformas para terceira geração. "Tudo vai depender do volume e da escala que se conseguirá com o LTE, mas acreditamos que é a nossa aposta mais importante".
Para sustentar esse cenário e entusiasmar os operadores a investirem mais, e o mais rápido possível, em novas plataformas, os fornecedores distribuem uma nova leva de números e projeções. São dados que, se confirmados, mostram a força que as redes móveis terão no futuro. Para a Ericsson, em 2020 é possível que haja 50 bilhões de dispositivos conectados, considerando pessoas e máquinas. Em cinco anos a partir de 2010, diz Vestberg, as conexões via PC serão multiplicadas por seis e o tráfego de dados será multiplicado por 50. Já o mercado de smartphones deve crescer quatro vezes no período e o tráfego de dados nas redes móveis será multiplicado por 25. "Por isso o foco tem que ser na rede", diz. "É preciso diminuir o intervalo entre os ciclos de investimento, pois em alguns mercados a penetração dos dispositivos móveis logo chegará aos 500%". Para o presidente da Ericsson, tudo estará conectado a redes móveis no futuro, assim como hoje tudo está conectado à rede elétrica.
Indefinição na Europa

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Essa é a parte boa da mensagem. O problema dos fornecedores é que a maior parte dos operadores europeus ainda está reticente em relação aos investimentos em 4G e o mercado norte-americano, que parece andar mais rápido nesse sentido, logo definirá posições. Por isso a Ericsson investiu tanto para comprar os ativos de LTE e CDMA da Nortel e, juntamente com a Alcatel Lucent, mostra-se aliviada depois dos contratos recentes com a AT&T para a rede LTE. Segundo Vestberg, a contração dos mercados em 2009 se deu por conta de uma queda nos investimentos das operadoras, e não no volume, o que significa que as margens dos fabricantes tiveram que diminuir.
O presidente da Ericsson diz que a reestruturação recente da empresa não significa menor dedicação da empresa a mercados emergentes, como o Brasil. "Estamos no Brasil há mais de 100 anos e continuamos comprometidos com isso". O Brasil, aliás, será a sede da unidade voltada para a América Latina. Vestberg explica que em todo o mundo, e não apenas em mercados emergentes, existe uma pressão por custos menores de equipamentos. "É algo comum a todos os mercados onde estamos, seja nos mercados desenvolvidos ou nos emergentes, buscando forma de diminuir estes custos. Então, países como China, Brasil e Índia devem se beneficiar dos avanços que os mercados desenvolvidos terão". Sem dizer diretamente, fica claro que o incômodo da Ericsson é com os fornecedores chineses. "Às vezes os analistas e a imprensa tendem a se esquecer que temos uma história de inovação e comprometimento com os clientes, e são esses ativos que temos que enfatizar nos próximos anos".

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