No primeiro dia do Mobile World Congress, que acontece esta semana em Barcelona, Espanha, alguns dos principais operadores de telefonia móvel do mundo anunciaram a iniciativa conjunta de desenvolver uma plataforma internacional de aplicativos móveis. Na verdade, é uma plataforma para que desenvolvedores de aplicativos possam, de uma só vez, desenvolver suas aplicações para uma série de operadores diferentes. A plataforma conjunta integra esforços das operadoras América Móvil, AT&T, Bharti Airtel, China Unicom, Deutsche Telekom, KT, mobilkom Austria, MTN, NTT Docomo, Orange, Orascom Telecom, Telecom Italia, Telefonica, Telenor, TeliaSonera, SingTel, SK Telecom, Sprint, VimpelCom e WIND. Outras quatro operadoras que já participavam do Joint Innovation Lab (JIL) também estarão juntas na nova iniciativa: Vodafone, China Mobile, SoftBank e Verizon Wireless. Com isso, fica claro que a iniciativa terá forte impacto sobre o Brasil, já que América Móvil, Telecom Italia e a Telefônica (através da Vivo) atuam no mercado brasileiro. Ao todo, as operadoras combinadas trêm 3 bilhões de assinanets em todo o mundo, e a iniciativa está sendo chamada de Wholesale Application Community (www.wholesaleappcommunity.com). Os primeiros resultados do esforço conjunto são esperados para os próximos 12 meses.
A iniciativa é uma resposta clara à pressão que a loja de aplicativos da Apple, a App Store, tem colocado sobre todas elas na oferta de serviços e aplicações. No modelo da App Store, as operadoras não têm nenhuma participação e a Apple fica com cerca de 30% das vendas, dependendo do caso. Com a plataforma conjunta, a ideia é criar um ambiente para que desenvolvedores de aplicativos possam distribuir seus conteúdos com o envolvimento das operadoras, ou seja, dando a elas alguma vantagem financeira. Cada operadora poderá ter a sua própria loja, mas a interface com os desenvolvedores será uma só. Alguns fabricantes de handsets, como LG, Samsung e Sony Ericsson, que não têm plataformas próprias de aplicativos, apoiam a inicativa conjunta das operadoras.
A estratégia é utilizar plataformas comuns e abertas que permitam a padronização e certificação dos aplicativos. Entre os padrões considerados estão as do Joint Innovation Lab e os do OMTP BONDI. Não está claro ainda como a Apple, Nokia e Qualcomm, que trabalharam no desenvolvimento de modelos próprios para plataformas de aplicativos, vão se integrar à estratégia das operadoras. A Ericsson, por exemplo, que estava fora do mercado de app stores, lançou esta semana, em Barcelona, a sua plataforma, prometendo cerca de 30 mil aplicvativos disponíveis para que os operadores pudessem explorar a loja no modelo white label (com a marca da própria operadora).
Mobile World Congress