Abeprest diz que cortes de investimentos prejudicam qualidade

Uma pesquisa divulgada pela Abeprest (Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática), realizada com 45 empresas, aponta que os investimentos totais das operadoras de telefonia fixa e móvel devem chegar a R$ 12,5 bilhões em 2006, o que representará uma queda de 7,4% em relação aos R$ 13,5 bilhões previstos para 2005. A associação ouviu empresas do segmento de telefonia celular, telefonia fixa, fornecedores, TV por assinatura, integradores, associações, prestadores de serviços e operadoras de VoIP.
Do total dos investimentos estimados para o ano de 2006, o estudo mostra que R$ 3,818 bilhões, ou cerca de 30% do total, poderão ser destinados à prestação de serviços de telecomunicações, o que compreende instalação, construção, expansão, manutenção e operação de rede. O valor será 2% inferior ao esperado para este ano, de R$ 3,875 bilhões. Em contrapartida, o montante previsto para 2005 é 2% superior ao de 2004, de R$ 3,810 bilhões.
Para o presidente da Abeprest, Silvio Vince, a pressão para a redução das despesas de operação e manutenção tem se refletido na perda de qualidade dos serviços destinados aos consumidores, evidenciada por dados do Procon. ?Nossa grande preocupação é a falta de qualificação da mão-de-obra e não estamos vendo a intenção das operadoras de reverter este quadro já que seria necessário o aumento dos investimentos para que isto ocorresse", afirma Vince.

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De acordo com a pesquisa, 63% dos investimentos no segmento de prestação de serviços, em 2006, partirão das operadoras de telefonia fixa, contra 37% das celulares. Os investimentos das fixas no segmento crescerão 3%, enquanto os das operadoras celulares serão reduzidos em 8% na comparação com 2005.
O estudo aponta que os investimentos das operadoras de telefonia fixa especificamente em construção, expansão e instalação de redes serão de R$ 841 milhões no próximo ano, e maiores 14% frente ao previsto para este ano. Eles serão focados em banda larga e novos serviços, como vídeo on demand redes NGN e IP. A projeção de investimentos em manutenção e operação de redes está estimada em R$ 1,544 bilhão, com queda de 3%.
Já as operadoras celulares esperam investir R$ 804 milhões em instalação, expansão e construção de redes, 21% a menos do que em 2005. Isso porque algumas operadoras GSM estarão finalizando seus investimentos em expansão de rede. Os investimentos em manutenção e operação girarão em torno de R$ 629 milhões em 2006, ou 18% a mais do que neste ano.
A tendência, segundo a pesquisa, é que as operadoras de telefonia fixa reduzam seus gastos com manutenção e operação por linha ano a ano. Mas segundo Vince, esses dados podem mudar com a movimentação do mercado no segmento de TV digital, telefone social e na tarifação pulso/minuto. ?Isso terá reflexo em novos investimentos?, prevê. Em 2004, as operadoras desembolsaram R$ 2,88 por mês com manutenção e operação por linha, valor que cai para R$ 2,74 em 2005, e que ainda deve baixar para R$ 2,60 e R$ 2,47 em 2006 e 2007, respectivamente.

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