Churn e renda são desafio das móveis, diz consultoria

Com índices de churn (desconexão voluntária) na casa dos 2,8% ao mês em média, a cada 24 meses, mais de 50% dos assinantes da operadoras móveis migram para outra operadora, segundo o diretor de pesquisa e consultoria da Telefinance, Andy Castonguay. ?O equilíbrio das operadoras é extremamente frágil também nos mercados europeus entre a performance financeira e o market share, mas nesses mercados a distribuição de renda é muito mais suave e muito da estratégia do Brasil está baseada na estratégia desses mercados, mas sem o poder aquisitivo correspondente?, afirma Castonguay. O diretor diz que por conta disso, a longo prazo, o custo de aquisição das operadoras não será recuperado.

Custo de aquisição

O custo de aquisição do cliente das operadoras móveis brasileiras tem crescido, e se junta às despesas de capital (Capex), aos impostos e às comissões pagas às grandes redes de varejo, que são seus canais de distribuição. Assim, para um custo de aquisição médio de R$ 150, soma-se a comissão (que é alta) das lojas e outras despesas. ?Para um usuário que paga somente R$ 10 por mês, as contas não fecham?, afirma Castonguay. Em 2002, o custo de aquisição estava, em média, em R$ 125. Neste ano, a média está em R$ 144. Por outro lado, no mesmo período, a receita média por assinante (Arpu) caiu de R$ 38 a R$ 39 para R$ 31 a R$32. No futuro, segundo o consultor, as operadoras terão que fazer uma análise mais detalhada do mercado para determinar o ponto de subsídio em que podem ter retorno a curto prazo.

Sobre novas possibilidades de receita, segundo o consultor, este ano as operadoras até que se esforçaram, por meio de propaganda, para disseminar os serviços de valor adicionado, mas os anúncios não explicam muito bem como o usuário deve usá-los. O obstáculo, nesse caso, é que a base se expande para um público de baixo valor aquisitivo e também de baixo conhecimento, o que significa que muitos usuários mal conseguem ler o manual dos celulares e da operadora e entendê-los. Dessa forma, serviços mais sofisticados como o torpedo (SMS) deixam de ser usados porque o assinante simplesmente não foi ensinado, pela operadora, de como usufruir dessa aplicação.

MMS

Segundo a BBC News, no Reino Unido, 36% dos usuários que têm celulares com câmeras embutidas nunca enviaram uma mensagem multimídia (MMS) pelo aparelho, um crescimento de 7% em relação a 2003. Ainda assim, o número de usuários com esses aparelhos dobrou de um ano para outro e chegou a 7,5 milhões este ano. De acordo com pesquisa do instituto Gartner Group, somente entre julho e setembro deste ano, os celulares com esse tipo de funcionalidade foram responsáveis por um acréscimo de 26% nas vendas de aparelhos e, ainda neste período, em todo o mundo foram vendidos 167 milhões de handsets com câmeras.