Para economizar, Oi aumentará compartilhamento e renegociará contratos

Uma das prioridades da Oi neste último trimestre do ano e em 2015, além de vender ativos para financiar uma eventual consolidação de mercado no Brasil, é a de enxugar gastos e melhorar a eficiência operacional no País. Não deverá ser uma tarefa fácil, mas a companhia espera que, dessa forma, possa realizar sua estratégia de turnaround, promovendo ações como aumentar o compartilhamento de infraestrutura (incluindo de espectro), renegociar contratos e implantar o fim do modelo de velocidade reduzida no serviço móvel.

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"Continuamos a queimar caixa. Não estamos felizes com isso e é nossa prioridade (combater o problema)", declarou na manhã desta quinta, 13, o presidente interino da operadora, Bayard Gontijo. Para tanto, a companhia espera melhorar o controle de gastos e de investimento para impedir essa queima de caixa e melhorar o balanço patrimonial.

Com tudo isso, a tele prevê uma melhoria na relação do lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (EBTIDA) menos Capex em 2015 entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,8 bilhão. O presidente diz que a empresa está em um "ponto de inflexão e comprometida em reduzir o consumo de caixa em 2015", citando um momento crítico com eventos que acabaram impactando o desempenho financeiro da empresa no último trimestre.

Medidas

Assim, a companhia deverá promover uma reestruturação com redução de aplicações de TI e de data centers, foco em adições líquidas com multiprodutos (aproveitando o potencial de crescimento de TV paga), aumentar a produtividade comercial e qualidade nas operações de campo, diminuir custos jurídicos e de contenção legal e capturar ganhos de eficiência no backoffice. Além disso, a Oi planeja "ajustar preços de contratos", promovendo a renegociação com fornecedores parceiros e enxugando canais que não apresentem eficiência. Ela pretende ainda implantar o modelo "pay as you go", utilizando a relação usuários/capacidade, e focar na otimização de TCO (custo total de posse) da rede.

A operadora pretende também extrair maiores sinergias de rede, alavancando a cobertura 3G sobre a rede 2G, aumentando a capacidade Wi-Fi, alavancando multiprodutos de HDTV com o serviço de DTH com o satélite SES-6 e aumentando a rentabilidade da rede 3G diminuindo o tráfego de dados não pagos – ou seja, encerrando o modelo de "velocidade reduzida" nos planos pré-pagos, estratégia anunciada na semana passada. Sem abrir números de estimativa de economia, a companhia alega que o limite de consumo "torna o uso de rede mais racional, além de melhorar a qualidade do serviço".

A companhia também pretende aumentar o compartilhamento, promovendo swap de fibras e utilizando o DTH sobre PON para a rede de TV. Bayard Gontijo não chegou a mencionar nada específico, mas na apresentação para investidores havia a citação ao RAN Sharing como "mais um passo na racionalização de infraestrutura comum". Atualmente, a operadora conta com acordo de compartilhamento de espectro com a TIM para a tecnologia 4G em 2,5 GHz.

Resultados

Essa estratégia de enxugamento operacional já estaria mostrando benefícios. A empresa afirma que houve um aumento de cerca de 15% na produtividade comercial em relação a 2013, e um aumento de cerca de 10% na produtividade da operação de campo (envolvendo atividades de técnicos de instalação) em setembro em relação à base de comparação (não identificada).

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