A Vivax confirma que deve manter em suspenso, pelo menos até a aprovação final da Anatel em relação à fusão com a Net, o processo de digitalização de sua rede no interior de São Paulo. O processo seria iniciado neste semestre, mas agora está vinculado à estratégia do futuro controlador. Segundo Christopher Torto, CEO da Vivax, não faz sentido esse tipo de investimento, que poderá ser feito de maneira mais racional uma vez definida a incorporação da Vivax pela Net. "Estamos a 1 km da rede da Net em São Caetano do Sul, por exemplo. A digitalização lá vai ser muito simples após a fusão". Em relação à programação, a Vivax também não pretende fazer mudanças até a aprovação final pela Anatel, que deve levar de três a nove meses, segundo estimativas da Vivax.
Em relação ao management, isso será decidido pela Net após a fusão. O fato é que a Vivax é uma empresa modelo, com indicadores operacionais iguais ou melhores do que os da Net, o que deve pesar pelo menos na incorporação das áreas relacionadas com o dia-a-dia das operações. Além disso, as duas equipes têm experiências de trabalho conjunto em outras épocas.
Em relação aos serviços corporativos, que hoje representam 7% das receitas da Vivax e que não são mais oferecidos pela Net, a decisão será tomada após a fusão. Por enquanto, a Vivax continua prestando esses serviços.
Ganhos
Segundo fontes da Vivax, o grande ganho que a Net terá com a fusão é a incorporação imediata de 1,2 milhão de domicílios atendidos por redes bidirecionais pela Vivax. O fato de a Vivax ainda não ter feito investimentos em codificação e digitalização da rede também ajuda a Net a adotar o caminho que desejar sem o legado de uma plataforma já implantada.
Em relação à Motorola, que apostava na Vivax como a porta para a venda de equipamentos digitais no Brasil, há alguns aspectos positivos na fusão. Primeiro, ela passa a ter a Net como cliente, já que a operação de Manaus já está digitalizada. Isso facilita as coisas caso a Net deseje testar outras tecnologias digitais.
