O adiamento da decisão da Justiça sobre as tarifas de telefonia fixa acabou sendo conveniente tanto para o governo quanto para as operadoras, segundo avaliação de fonte bem situada no governo federal. A demora agrada as autoridades econômicas porque adia o impacto de uma alta adicional da inflação por conta da aplicação do IGP-DI. Isso é especialmente importante às vésperas de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve promover uma nova redução dos juros básicos (Selic). O governo está certo de que a Justiça optará, no fim, pelo índice defendido pelas operadoras.
As operadoras de telefonia fixa, por seu lado, estão convencidas de que não há condições de aplicar o IGP-DI agora. Não apenas porque não estão conseguindo ampliar as vendas de novas linhas, mas principalmente porque isso aumentará o risco de inadimplência. As provisões para devedores duvidosos podem provocar efeitos negativos sobre o caixa. Fora isso, o aumento desproporcional piora as relações com os clientes.
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