iPad leva indústria de cabo a repensar modelos de interatividade e interfaces dos set-tops

Quando o iPhone foi lançado, a reação imediata da indústria de handsets foi reconhecer que havia sido estabelecido um novo patamar em relação às interfaces de navegação e uso de aplicações no celular. Levou quase três anos para que outros fabricantes de celular começassem a dar uma resposta satisfatória e apresentar alternativas ao celular da Apple. O lançamento do iPad há alguns meses está tendo, curiosamente, o mesmo tipo de impacto, mas sobre uma outra indústria: a de TV por assinatura. O que se viu nos EUA, durante o maior evento de TV paga do mundo, a NCTA Cable 2010, que aconteceu esta semana em Los Angeles, foi a constatação de que a interface dos set-tops precisa se adaptar a esta nova realidade dos tablets. "A simplicidade que o Google trouxe à Internet, que o iPhone trouxe para o celular, o iPad trouxe para a interação com o vídeo", disse o presidente da TiVo, Tom Rogers. A constatação parte de um dado concreto, com pouco mais de um milhão de iPads vendidos, esta já é a principal interface de consumo de vídeo depois da TV, pelo menos nos EUA, segundo os primeiros dados que começam a ser colhidos. "Tudo o que está sendo feito em tecnologia está sendo pensado para ser conectado. Com certeza a TV a cabo será IP. Não estou falando sobre colocar o Twitter na TV, mas sim sobre ter uma plataforma integrada com a TV em que isso seja possível. Acho que o iPad mostra um caminho", disse Evan Williams, fundador e CEO do Twitter.
A demonstração pela Comcast de um aplicativo que transforma o iPad na feramenta de interação com o set-top e com a programação parece ser um caminho. Aliás, como resposta ao consumo de vídeo pela Internet, a indústria de TV a cabo dos EUA discute intensamente há pelo menos dois anos uma forma de viabilizar a interatividade. Este ano, foram anunciados durante a Cable 2010 padrões comuns de desenvolvimento de aplicativos e de uma marca única, a SelectTV. Mas toda a discussão virou de cabeça para baixo e ganhou um novo tratamento por parte de engenheiros, fabricantes de equipamentos e desenvolvedores de UI (user interfaces), além dos próprios operadores e programadores, com a concretização do conceito de tablet PCs (como o iPad). Tudo indica que estes dispositivos, além de forçar uma revisão completa nos modelos existentes de interação (baseados no controle remoto e em menus pobres e lentos dos set-tops), terão papel fundamental ao integrar o conteúdo das TVs pagas às redes sociais.

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