Parceria entre TIM e WhatsApp é exclusiva

O contrato entre a TIM e o WhatsApp é uma evidência da estratégia da empresa na mudança de paradigma em busca da receita com dados. Conforme explica o presidente da operadora, Rodrigo Abreu, "a margem em (serviços de) dados é maior (do que em voz), então aumenta o EBTIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) porque não paga interconexão". O contrato com a over-the-top (OTT) é exclusivo e foi realizado diretamente com a sede da empresa, na Califórnia – embora tenha sido comprado pelo Facebook, o WhatsApp não tem representação no Brasil.

Segundo o executivo, não há dinheiro envolvido na parceria – o OTT não paga pelos dados, e a operadora banca o aumento do tráfego porque ganha com o engajamento do consumidor, que passará a utilizar mais serviços online em consequência, e com o próprio aumento da base. Abreu diz ainda que a parceria anterior, com o Twitter, não foi renovada porque "se esgotou".

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Questionado sobre a prática de oferecer acesso gratuito ao recurso e sua relação com a neutralidade de rede, o vice-presidente de assuntos institucionais da empresa, Mario Girasole, justifica: "Tem que separar isso das questões comerciais. Nada impede que o Viber venha e converse conosco, mas com o WhatsApp o mercado é maior", justifica.

 WiFi menos necessário

A estratégia de focar em dados, confirma Rodrigo Abreu, já fica evidente também com os investimentos da TIM na infraestrutura para o 4G. Ele explica que a qualidade da rede móvel LTE em 2,5 GHz "não tem comparação com a do Wi-Fi", justificando que os hotspots têm geralmente backhaul com capacidade baixa, de 1 Mbps. "Com o 3G, o Wi-Fi era uma necessidade. Com o 4G, não", declara. Apesar disso, Abreu garante que continuará na estratégia de oferecer offload pelo Wi-Fi. "Vamos crescer alguns milhares de hotspots ao ano."

Futuramente, a ideia é passar a oferecer também o LTE-Advanced. Para Abreu, será uma evolução natural, mas que no momento ainda não é um plano concreto. "Ainda estamos começando a oferecer o 4G", diz. Como envolve agregação de portadora com combinação de frequências diferentes, a ideia, ele diz, será a de usar blocos de 2,5 GHz e de 700 MHz combinados.

 

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