Mesmo com a longa fase de transição prevista no texto da Reforma Tributária aprovado pela Câmara, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entende que externalidades positivas devem beneficiar rapidamente o segmento industrial de tecnologia da informação e comunicação (TICs).
A avaliação foi feita pelo gerente de tecnologia e política industrial da Abinee, Israel Guratti. "Os prazos de transição [da reforma] são longos, de dez anos para mais, mas a curto e médio prazo haverá maior estabilidade política e um caminho a se seguir, o que ajudará na previsibilidade. Por sabermos o que vai acontecer nos próximos anos, o setor de TICs terá benefícios – seja fornecendo sistemas para novas realidades ou com setores que vão adquirir novos equipamentos para atualizar seus parques", afirmou ele, em coletiva nesta terça-feira, 11.
"Teremos externalidades positivas mesmo sem a reforma estar aprovada", resumiu Guratti – uma vez que o texto que passou na Câmara tramita agora no Senado. De forma geral, o gerente de tecnologia e política industrial da Abinee comemorou a "necessária" flexibilização do modelo de arrecadação de impostos em curso e a simplificação administrativa que a reforma tributária deve promover – especialmente na indústria, mas também em outros segmentos, segundo o executivo.
Em paralelo, a manutenção das diretrizes da Lei da Informática foi um outro ponto destacado. Como relata a Abinee, o texto da Câmara para a reforma praticamente não mexe nos montantes destinados à política industrial, facilitando o trabalho de adaptação entre empresas.
Como um todo, o setor eletroeletrônico prevê uma receita de R$ 220 bilhões em 2023, número que mostraria estabilidade diante dos valores do ano passado. Já as exportações da cadeia devem crescer cerca de 5%, para US$ 7 bilhões, entende a Abinee. Para proteger o saldo da balanço comercial, a entidade também defendeu políticas que reduzam a dependência externa de componentes, como semicondutores.
FIEE
A Abinee participou nesta terça-feira de coletiva de imprensa sobre Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade (FIEE). A associação é uma das apoiadoras do evento, que deve reunir mais de 400 marcas da cadeia em São Paulo na próxima semana. Cerca de 30 mil visitantes são esperados no encontro da cadeia eletroeletrônica – que terá entre os temas em discussão conectividade, 5G e o uso de redes privativas pelo segmento industrial e elétrico.
