Presidente da TIM diz que Brasil não necessita de consolidação

Como não poderia deixar de ser, a consolidação do mercado brasileiro, com a oferta da Telefônica pela GVT e os constantes boatos de compra e fatiamento da TIM entre as três grandes operadoras móveis brasileiras permearam as conversas não apenas nos corredores, mas também no debate de abertura do Painel TELEBRASIL nesta quarta, 10, em Brasília.

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Para o presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, "seria ingênuo imaginar que não existe iniciativas de concentração em todos os mercados, mas não necessariamente essas iniciativas levam à 'necessidade' de concentração". "Necessidade de concentração pressupõe necessidade de escala e o Brasil tem uma escala no mercado interno que é igual à soma de vários países europeus. Estamos falando de um mercado de usuários únicos de telefonia móvel entre 150 milhões e 170 milhões de pessoas. (O País) tem condições de sustentar um número razoável de players", analisa Abreu, lembrando que também é preciso avaliar o ambiente regulatório e a facilidade de se realizar um investimento desses no Brasil. "É uma questão que vai se discutir em qualquer mercado. Sempre se vai buscar concentração? Sim. É uma necessidade? Não necessariamente", conclui.

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, ponderou que "não cabe ao Ministério ou à Anatel fazer qualquer esforço para (viabilizar) a concentração do mercado". "Não cabe esse esforço porque o princípio da LGT é de competição", ressalta. No entanto, ele não descarta: "Não existe óbice ao mercado apresentar proposta, aí os órgãos, a Anatel ou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vão fazer a análise e autorizar ou não".

Em relação a como essa movimentação afetaria o leilão de 700 MHz, o secretário do Minicom acredita que o certame acontecerá em um curto prazo e que pode não se afetar com esses processos. Já a entrada de um player internacional ainda é considerada. "A gente tem namoro. Agora, vai dar casamento? É outra coisa, não sei. Eu estive no roadshow, e o que eu posso falar é que teve namoro", diz ele, lembrando ainda a declaração do presidente da Anatel, João Rezende, que afirmou que uma empresa não revelada havia mostrado interesse. Martinhão confirma que essa companhia demonstrou interesse depois da realização do roadshow.

Sem preço

O presidente da TIM voltou a ser questionado sobre o recebimento de propostas de compra ou mesmo o estabelecimento de um valor de venda da TIM, mas ele descartou todas as especulações. "Não recebemos nenhuma proposta e continuamos com a estratégia de investimento em Capex e participação no leilão de 700 MHz que nós e nosso controlador defendemos desde sempre. Não mudamos de posição", reitera Abreu. "E como já dissemos, a TIM não tem um valor definido. A TIM Brasil tem um valor tão grande estrategicamente para a Telecom Italia que não haverá avaliação de qualquer proposta a preço normal de mercado. A TIM é um ativo estratégico e tem preço de ativo estratégico", concluiu.

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