Câmara aprova regulamentação da reforma tributária; telecom não é contemplada

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta, dia 10, o texto base da regulamentação da reforma Tributária, sem avançar em nenhum tema pleiteado pelo setor de telecomunicações.

O relatório preliminar de plenário da reforma tributária (PLP 68/2024), apresentado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), deixou de fora duas emendas que trariam benefícios tributários para o setor de telecomunicações.

O texto, votado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 10, ainda poderia passar por mudanças.

Notícias relacionadas

Duas emendas de interesse do setor de telecom foram apresentadas pelo deputado Fernando Coelho Filho (União-PE). A primeira pretendia suprimir trecho do art. 12 do PLP 68/2024, que diz que o valor da operação a ser tributada pelo IBS e pela CBS compreende a integralidade cobrada pelo fornecedor a qualquer título, incluindo o valor correspondente a juros, multas, acréscimos e encargos.

"Tal previsão merece ser suprimida, já que juros, multas e outros encargos não devem ser computados na base de cálculo do IVA-dual, posto que não configuram fato gerador desses tributos. Inclusive, a previsão é inconstitucional, visto que viola as hipóteses de incidência previstas no art. 156-A da Constituição Federal", argumentou Filho, ao apresentar a emenda não acatada pelo relator, sem ser acolhido.

A segunda emenda aumentaria para 50% na CBS e 20% no IBS o cashback nas operações de fornecimento de energia elétrica, água, esgoto, gás natural e serviços de telecomunicação. Prevaleceu a redação original, de 20%, ainda que para serviços de energia, água e saneamento houve um aumento para 100%.

A proposição do deputado Fernando Coelho Filho foi uma tentativa de acatar demanda do setor, que queria ser incluído no leque de serviços essenciais beneficiados com maior cashback. Com a não aceitação da proposta, o relatório que está indo para votação no plenário da Câmara dos Deputados mantém possibilidade de cashback de apenas 20% para os serviços de telecomunicações.

Segundo o deputado do União pernambucano, frente à essencialidade dos serviços de telefonia e conectividade, seria fundamental para os consumidores de baixa renda que o setor tenha previsão expressa de cashback, além do mesmo tratamento que foi concedido a elétrica, água, esgoto e gás natural. Mas o pleito também não foi atendido pelo relator, Reginaldo Lopes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!