"São muitas as vulnerabilidades", reconhece ministro Celso Amorim

Na reunião conjunta das Comissões de Relações Exteriores e de Defesa da Câmara e do Senado sobre as denúncias de que o governo norte-americano espiona as comunicações do Brasil, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reconheceu que "as vulnerabilidades existem e são muitas".

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Ele afirmou que o Centro de Defesa Cibernética do Exército atua na proteção de dados e informações estratégicas do governo brasileiro. No entanto, reconheceu que, embora informações sigilosas sejam criptografadas, a medida pode não ser suficiente. Celso Amorim citou como exemplo de comunicação vulnerável uma troca de e-mails entre um senador da República e um ministro. No entanto, por não ser sigilosa, a mensagem não é criptografada.

Ele destacou a importância de se investir em tecnologia para que empresas nacionais atuem nessa área a serviço do governo brasileiro. Para Amorim, hoje o governo brasileiro investe pouco em segurança cibernética – um pouco mais de R$ 100 milhões estão previstos no Orçamento da União para 2013, com possibilidade de novos aportes. Amorim disse ser urgente a necessidade de investimentos em ciência e tecnologia e cobrou mais recursos para setor, o que tornará possível o desenvolvimento de um sistema que preserve a defesa e a segurança militar do País.

O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou que as denúncias de monitoramento das comunicações no Brasil pelo governo norte-americano ferem a soberania, os direitos humanos e outros tratados. Patriota disse ainda que o episódio configura uma questão altamente sensível a ser tratada não só bilateralmente, mas também nas Organização das Nações Unidas. "Ainda estamos estudando mecanismos para isso", disse.

O ministro explicou ainda que um código de conduta na Internet ainda enfrenta dificuldades para ser adotado multilateralmente. Ele reiterou que a questão envolve diferentes ministérios e órgãos públicos, como Ministério da Defesa, Comunicações, Justiça e a Anatel.

Para o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general José Elito, o Brasil tem um nível adequado de proteção das atividades internas da administração pública federal. "Apesar dos investimentos não serem o ideal, temos razoável proteção", disse o general.

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