Tanto a maior operadora de TV por assinatura do Brasil, a Net, quanto a TV Globo reconhecem que existe uma mudança significativa de comportamento do consumidor de produtos audiovisual digitais, mas ambas acreditam que as respostas que estão sendo dadas pelos dois setores é suficiente para responder a essa nova demanda. Essa foi a mensagem de uma mesa sobre conteúdos sob-demanda realizada no TelasFórum, evento organizado espata semana pela Converge e pela SP Cine.
Fernando Magalhães, principal executivo responsável pela contratação de conteúdos da América Móvil disse que a TV da sala de estar ainda é a plataforma preferida de consumo de conteúdos sob demanda, e por isso o serviço de VOD da Net, o Now, teve o sucesso alcançado. Segundo ele, um percentual significativo dos usuários da Net hoje já tem acesso aos serviços sob demanda. Segundo informações de mercado, a Net comercializaria entre 2,5 milhões e 3 milhões de conteúdos transacionais por mês, número que Magalhães não confirma, mas segundo ele uma parcela muito grande dos usuários da operadora já consome conteúdos on-demand, tanto os transacionais (pelos quais é cobrado um adicional a cada compra) quanto aqueles que estão disponíveis no modelo de catch-up (ou seja, já estava disponíveis na oferta de canais lineares e podem ser assistidos de maneira não-linear)
A Net tem como estratégia melhorar a curadoria de alguns conteúdos específicos e oferecer séries específicas de títulos de um mesmo diretor ou artista, ou ainda lançar listas de filmes recomendados por especialistas e formadores de opinião. "Dentro de um universo de 30 mil títulos que temos hoje, esse tipo de recomendação é necessária e as pessoas se surpreendem ao descobrir o que está disponível.
Para o diretor de mídias digitais da TV Globo, Eric Bretas, o lançamento do Globo Play, há uma semana, é uma resposta da TV Globo a essa demanda dos usuários, mas não é uma iniciativa isolada. "A TV Globo tem iniciativas de conteúdos distribuídos em mobile e pela Internet desde a Copa do Mundo de 1998", lembrou. para ele, a diferença do Globo Play para as iniciativas anteriores é a universalidade de plataformas, de smartphones a TVs conectadas. Ele diz que na primeira semana o Globo Play teve mais de um milhão de downloads nas lojas de aplicativos e que a curta experiência do produto já mostra que dois terços da audiência vem de dispositivos móveis, seja pelo app, seja pelo acesso pelo browser usando um dispositivo móvel.