Com múltiplas tecnologias de rede, diversas faixas de frequência, diferentes tamanhos de estações radiobase, a infraestrutura das operadoras móveis está cada dia mais complexa. "Em uma palavra, as redes móveis estão uma bagunça", disse o vice-presidente de marketing sem fio da Huawei, Mohamed Madkour, durante painel no evento LTE Latin America, nesta quinta-feira, 9, no Rio de Janeiro. Por isso, a gestão de uma rede celular precisa ser cada vez mais automatizada. Teles e fabricantes concordam com essa tendência, só faltam chegar a um acordo quanto ao ritmo de adoção e quanto ao preço de soluções do gênero.
"A SON (Self Optimizing Network) é uma necessidade. Vai ser impossível organizar a rede do futuro manualmente. Precisaremos de um nível de automatização grande", comentou Átila Branco, diretor de planejamento e tecnologia da Vivo. O executivo entende que soluções de SON já estão maduras para implementação no curto prazo, enquanto soluções de virtualização de rede e de redes definidas por software (SDN) ainda precisam de mais tempo para serem adotadas.
Madkour, da Huawei, vê de forma diferente: "Não há impossibilidade técnica para adotar essas tecnologias. O que falta é encontrar o caso de negócios correto onde elas se encaixem, para convencermos o CTO e o CFO de uma operadora." Em seguida, Branco esclareceu melhor seu ponto de vista: "Temos que separar disponibilidade tecnológica de disponibilidade de negócios. Se uma small cell 4G, por exemplo, custar o dobro de uma 3G, ela fica indisponível para negócios".
Indoor
Para o gerente de desenvolvimento de negócios da Ericsson, Blaise Allen, o grande desafio das operadoras móveis no mundo agora é a cobertura indoor. O executivo acredita que o problema pode ser resolvido em grande medida com o lançamento de redes 4G em 700 MHz. Em testes feitos pela Ericsson, a penetração do sinal em ambientes fechados de uma torre nessa frequência chega a ser três vezes maior que aquela em 2,6 GHz, faixa usada hoje para 4G no Brasil.