Vésper não tem plano B caso não consiga licença em 1,9 GHz

A Vésper, ao que tudo indica, não tem um plano B para o caso de não conseguir a licença de operação de seu serviço móvel na faixa de 1,9 GHz. Todo o planejamento da empresa foi feito em cima dessa possibilidade. A Qualcomm (principal acionista da Vésper), segundo comentário de fontes próximas, não estaria nem um pouco interessada em investir em uma operação que necessite de uma tecnologia que não a sua (por exemplo, GSM). Em outubro de 2002, contudo, o presidente da Vésper, Luiz Kaufmann, afirmou durante a Futurecom que a empresa poderia utilizar o padrão CDMA na faixa de 1,8 GHz se eventualmente disputasse e ganhasse licenças das bandas D e E de telefonia móvel. Depois do resultado dos leilões (com a vitória da Vésper), a decisão do acionista não foi nesse sentido.
Mas a Vésper sabia que poderia não conseguir utilizar a faixa de 1,9 GHz para o SMP. Tanto é que, até agora, investiu relativamente pouco na sua operação móvel. Fechou apenas o planejamento de marketing e de produtos, mas interrompeu o processo de escolha de fornecedores para ampliação de cobertura e upgrade de sua rede e não iniciou aquisições de plataformas mais caras, como as plataformas de SMS ou pré-pago. Também foram relativamente poucos, até o momento, os gastos com TI.
A empresa, caso a decisão da Anatel de negar o uso da faixa de 1,9 GHz para o serviço móvel seja mesmo definitiva após pedidos de reconsideração, pode optar entre dois caminhos: recorrer à Justiça ou desistir da operação de SMP. Nesse segundo caso, o drama pode ser ainda maior. Dentro da Vésper é sabido que a melhor alternativa de sobrevivência da empresa seria partir para o serviço móvel, já que a operação fixa parece cada vez mais distante do ponto de equilíbrio. No limite, especula-se, a Vésper sairia do Brasil caso não consiga operar SMP na faixa que deseja. E isso não é apenas jogo de cena da empresa, considerando-se que não existe um plano alternativo.

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A Qualcomm, principal acionista da operadora, estava disposta a investir ainda mais na operação, desde que pudesse utilizar uma faixa para a qual detém tecnologia própria. Em alguns momentos, a Vésper chegou a cogitar a operação utilizando CDMA na faixa de 1,8 GHz, idéia essa abandonada após o leilão do SMP.
Agora, a Qualcomm não deve mais investir na empresa até ter a resposta final sobre o uso da faixa de 1,9 GHz. E, possivelmente, não pagará nem pelo que ainda deve pelas licenças, especulam fontes bem informadas. Procurado pela reportagem de TELETIME News, o presidente da Qualcomm do Brasil, Marco Aurélio Rodrigues, afirmou que a cúpula da empresa ainda vai discutir o rumo a ser tomado. A Vésper desembolsou cerca de R$ 299 milhões, parcelados, pelas outorgas de SMP. Se desistir terá que pagar multa.

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