GSMA diz que concentração das operadoras móveis pode trazer benefícios

A diretora geral da GSMA (principal associação global das operadoras de telefonia móvel), Anne Bouverot, acredita que a tendência de consolidação do mercado móvel europeu é justificada e pode trazer aumento de investimento em infraestrutura de redes de próxima geração e entregar banda larga móvel para áreas rurais. Ela diz que é hora de a região recuperar terreno na competição com Estados Unidos e Ásia e pede a "autoridades de competição que considerem mais prontamente as vantagens das fusões móveis e, em particular, os benefícios em longo prazo que elas podem dar aos consumidores".

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Na visão da entidade, os órgãos reguladores de mercado têm visto implicações de preços ao consumidor final apenas em curto prazo, "mas com menos atenção a benefícios em eficiência e investimento". Diz ainda que o impacto dessas fusões no preço único é "exagerado", afirmando "não haver evidência robusta que sugere que mercados com quatro players tenham praticado preços menores do que os de três players na Europa na última década".

A justificativa para os supostos exageros: "autoridades tendem a superestimar margens, não considerar como fusões podem levar a reduções de custos unitários e melhorar qualidade de serviços para consumidores em troca de incentivos para investimento, assumem não haver capacidade de restrições e ignoram a reação competitiva de outros". O documento com as justificativas pode ser lido (PDF em inglês) aqui.

A associação diz que, para acontecer essas transações, é preciso "mais foco em incentivos a investimento, menor dependência em análises de preço existentes e consideração cuidadosa de obrigações são essenciais para fusões". Neste último ponto, a GSMA é ainda mais contundente, chamando atenção para a possibilidade de obrigações, impostas pelos reguladores "minarem os benefícios das fusões".

Crescimento do mercado

A Europa deverá ter 431 milhões de acessos móveis únicos até o final deste ano, ou 79% da população no continente, segundo levantamento da GSMA divulgado nesta segunda, 8. As redes 4G cobrem atualmente 63% da população total na região, e a previsão é de chegar a 83% até 2020. A projeção diz que o total de acessos móveis passará de 688 milhões atuais para 762 milhões em cinco anos, com o 4G responsável por 53% desse total – atualmente, essa parcela é de 10%.

Até o final do ano que vem, a previsão da GSMA é de que mais da metade dos acessos sejam com smartphone, sendo que países como França, Itália, Espanha e o Reino Unido já atingiram esse patamar. Serão 564 milhões de conexões com smartphones na Europa em 2020, totalizando assim quase 75% das linhas móveis na região.

O levantamento da associação afirma ainda que o aumento do LTE se converteu em uma previsão financeira melhorada em 2014, o que teria ajudado operadoras a compensar declínio em serviços legados, como as receitas com serviços de voz. O Capex previsto para o período de sete anos entre 2008 e 2014 será de 155 bilhões de euros, aumentado para 170 bilhões de euros para o intervalo entre 2015 e 2020. A indústria de operadoras móveis contribui para 3,1% do PIB da Europa em 2013, equivalente a 433 bilhões de euros, incluindo 105 bilhões de euros gerados de forma direta. A GSMA prevê que em 2020 essa indústria gere um valor econômico total de 492 bilhões de euros. No ano passado, foram 74 bilhões de euros destinados aos governos, incluindo impostos e leilões de espectro, que totalizaram 3,2 bilhões de euros no período.

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