700 MHz é primordial para regionais, mas há desafios, aponta Ericsson

A decisão da Anatel de abrir parte do 700 MHz para uso secundário pelas operadoras entrantes no mercado móvel será primordial para futuros usuários das mesmas, entende a Ericsson. Mas a fornecedora também vê desafios de modelo de negócios e regulatórios para as regionais interessadas no espectro.

"O 700 MHz é um bom complemento para as operadoras regionais que queiram lançar serviços de mobilidade, e será primordial para garantir a boa experiência do cliente", notou o presidente da Ericsson para o cone sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann, em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 8.

Entre as razões para a importância do espectro estão a possibilidade de ativação de serviços 4G, recorda a fornecedora. A tecnologia segue majoritária nos smartphones dos consumidores – principalmente fora de grandes centros, ou mercado onde as regionais pretendem explorar, lembra Dienstmann.

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Neste sentido, o maior alcance do 700 MHz também seria relevante, em complemento ao espectro de 3,5 GHz já detido por regionais desde o leilão de 2021. No momento, a Ericsson relata que ainda "observa" a movimentação comercial das entrantes – ou Brisanet, Unifique, Ligga e iez!.

Há, entretanto, desafios identificados. "As novas entrantes ainda estão tateando seus casos de uso principais. Em algumas pode ser o FWA, em outras, a mobilidade para consumidor final a partir das grandes bases de banda larga fixa, e para outras, o enterprise", notou Dienstmann, sem descartar a conjugação de todos os fatores pelas competidoras.

Outra questão pertinente é regulatória, uma vez que as licenças de uso secundário de 700 MHz oferecem pouca proteção no caso da chegada de um detentor primário para a faixa. "O que acontece se o 700 MHz for relicitado e esse vencedor exige a frequência de volta? Tem que haver um acordo para que não haja disrupção de serviços", sugeriu o profissional que lidera a operação da Ericsson na região.

No momento, a implementação de serviços no 700 MHz pelas entrantes tem sido considerado um projeto desafiador, sobretudo por conta do prazo inicial de seis meses para começo das ativações de serviços. As regionais já solicitaram à Anatel que o prazo seja ampliado para ao menos 18 meses.

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