Eventual compra da Telemig pela BrT seria ruim

A eventual compra da Telemig Celular pela Brasil Telecom (BrT) poderia prejudicar o caixa da tele local, com a transposição do caixa de uma empresa para outra, e configuraria um possível conflito de interesses na medida em que os controladores de ambas as operadoras são os mesmos, afirma Luciana Leocadio, analista do BES Securities. Além disso, segundo a analista, os acionistas minoritários da BrT poderiam ser prejudicados justamente pelo fato de os controladores serem os mesmos em ambas as operações.
A BrT, de acordo com a analista, teria a vantagem de adquirir a Telemig em melhores condições, já que o fato de o Opportunity estar no controle das duas empresas pode significar, para a incumbent, um melhor conhecimento sobre a Telemig e a Amazônia.
O que determinará a compra ou não pela BrT, na avaliação de Luciana Leocadio, é o interesse do Opportunity em continuar no setor de telecomunicações. É mais vantajoso, em sua opinião, que a Telemig seja adquirida por operadoras como a Claro ou a Vivo. ?Para a BrT, a vantagem é nula porque sai do foco da tele, cujo objetivo é ser uma operadora integrada (móvel-fixa) em sua região. Sair da sua área de abrangência (região II) para operar em outras áreas pode não ser interessante para a incumbent?, diz. ?Depende do que o grupo Opportunity pretende: se quer se fortalecer nas telecomunicações ou se pretende sair dessa operação.?

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Claro

Para a Claro, na visão da analista, seria bom adquirir a Telemig pelo fato de ambas terem redes coincidentes (GSM) e pelo fato de a Claro não ter cobertura em Minas Gerais e na região Norte (coberta pela Amazônia Celular). A rede GSM da Claro em Minas, onde a operadora conquistou licença da banda E, tem previsão de lançamento apenas em meados deste ano. Além disso, a Claro agregaria 4 milhões de assinantes à sua base (da Telemig e da Amazônia), o que a consolidaria como segunda operadora móvel nacional.
Na Vivo, o interesse é grande principalmente por conta do Estado de Minas Gerais, onde a tele não tem roaming digital. A região Norte não interessaria à Vivo porque a operadora controla a NBT, que cobre justamente essa região. Mas, ao mesmo tempo, a Vivo opera em CDMA e a Telemig está em processo de migração para GSM, o que forçaria a Vivo a absorver o investimento da Telemig (cerca de R$ 450 milhões) numa eventual aquisição.
Luciana calcula que o custo por assinante da Telemig seria entre US$ 600 e US$ 700, o que resultaria num valor de mercado entre US$ 1 bilhão e US$ 1,150 bilhão.

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