A audiência pública realizada no Senado Federal nesta terça, dia 7, para discutir o PLC 116/2010, que cria novas regras para a TV paga, mostrou que existe divergências claras entre os radiodifusores sobre o tema. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que congrega as emissoras Globo, Record e SBT, optou por um posicionamento quase neutro em relação ao projeto, retomando o discurso adotado no início da tramitação do texto: o respeito ao pacto federativo. Ou seja, a Abert quer que o projeto resguarde a transmissão das afiliadas e geradoras locais quando os sinais das redes abertas forem retransmitidos pelas redes de TV paga.
Esse é o único ponto em que há consenso dentro da própria associação sobre o projeto de lei. O diretor-geral da Abert, Luis Roberto Antonik, admitiu que cada uma das grandes emissoras tem uma posição diferente sobre o PLC 116: a Globo seria favorável, mas quer algumas mudanças de redação na proposta; o SBT seria frontalmente contra; e a Record apoiaria a proposta. A Band, que não está na Abert e participa da Abra, também é contrária ao projeto.
A Abert também encontrou certo consenso em um outro aspecto. Para a associação, a reforma poderá ser prejudicial às empresas caso a Anatel não atue com força para garantir o acesso às redes da teles. "Precisamos de regras muito claras com relação ao compartilhamento dos meios e da infraestrutura, sem a qual não há competição", afirmou Antonik. A preocupação é que, sem regras claras estipuladas pela Anatel, as teles dominem o mercado e "tenhamos um monopólio".
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