A Oi enviou nesta quarta, 7, comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando ao mercado e aos acionistas que a agência de avaliação Moody's revisou a nota de crédito atribuída à empresa. A Oi teve sua nota de longo prazo rebaixada de Ba1 para Ba3/A3.br, e de "certas obrigações" (dívida sem seguro) da companhia de Ba2 para B1/Baa3.br. Ainda segundo a agência, a perspectiva (outlook) é negativa. A operadora não informou se tomará qualquer tipo de atitude após esse anúncio.
Em nota, a Moody's afirmou que a Oi possui "compromissos de dívidas significativos nas companhias subsidiárias que têm uma reivindicação prioritária na maioria dos fluxos de caixa operacionais". Diz ainda que a companhia apresenta de forma "persistente" um aumento na alavancagem e no consumo de caixa, o que reduz a flexibilidade financeira e leva a métricas que a fizeram ter a nota rebaixada. "A Moody's acredita que, apesar do corte nos gastos e nos esforços de eficiência, seu negócio vai encarar futura deterioração de margem por conta de uma mudança desfavorável de mix de produto para TV paga e banda larga, além da pressão de preços inerentes em seu segmento de valor almejado, especialmente durante o atual desaquecimento econômico do Brasil", declara a agência.
Ainda de acordo com a Moody's, a operadora também tem dificuldades em atualizar sua infraestrutura de rede frente ao aumento da demanda de consumo, ambiente competitivo e pressões de margem. A previsão da agência é que a alavancagem ajustada da Oi vai se aproximar de 5.5x até o final do ano, e espera que isso continue a consumir caixa até 2017. Espera ainda que a queima de caixa continue alta, o que deverá influenciar na redução de investimentos de rede, impactando negativamente no futuro especialmente na comparação com os planos de investimentos da Telefônica e da América Móvil no Brasil.
No caso de a Oi manter alavancagem em uma taxa de 5x por um período maior, ou se não mostrar que vai deixar de queimar o caixa, a Moody's já deixou claro que pode voltar a rebaixar a nota da empresa.
Apesar do rebaixamento da nota, as ações da Oi continuaram a apresentar alta. Os papéis da empresa fecharam as negociações na BMF&Bovespa nesta quarta com alta de 8,26% (OIBR4) e 6,52% (OIBR3), muito em função das especulações sobre uma eventual negociação com a TIM e da entrada de um possível novo investidor, nada oficial ou sequer discutido pelo conselho da empresa.