A estratégia da Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, é claramente baseada no desenvolvimento do conceito de nuvem como parte do caminho natural de evolução dos serviços e soluções, tanto para as próprias empresas de telecomunicações quanto para o segmento corporativo. Esse já havia sido o tom dado pela empresa no seu gigantesco estande no Mobile World Congress, realizado em fevereiro em Barcelona, e foi o foco do Huawei Connect, principal conferência mundial da empresa, que congregou cerca de 20 mil visitantes esta semana em Xangai.
Mas a empresa reconhece: não existe cloud sem conectividade, e com esse discurso tenta fazer a ponte entre o seu portfólio de redes e tecnologias de acesso e a mensagem "grow with the cloud", que sintetizou o Huawei Connect. "O valor da nuvem vem de suas conexões, e isso que alimenta as engrenagens da transformação digital das empresas", disse David Wang, presidente de produtos e soluções.
Mas se a empresa não quer perder o foco em conectividade, na prática o que ela mostra é um foco no desenvolvimento de aplicações, serviços e software. O evento praticamente não fez referência a tecnologias de rede de acesso ou transporte, onde a Huawei é hoje a maior empresa do mundo. Exceto no segmento de Internet das Coisas, onde a empresa destacou equipamentos de conectividade para aplicações não-telecom (fábricas, escritórios, segurança etc.).
Em lugar do foco em rede, as centenas de parceiros que traziam soluções mostravam aplicação para a nuvem, IoT, data analytics, inteligência artificial, processamento de vídeo e em todo um ecossistema de empresas que dão suporte a estas aplicações.
Durante o evento, a Huawei divulgou um plano de investimento de US$ 500 milhões nos próximos cinco anos no desenvolvimento de soluções profissionais baseadas em nuvem, plataformas e cloud e no ecossistema relacionado a serviços corporativos.
A Huawei trouxe ao evento alguns de seus principais parceiros empresariais, como Schindler, ABB, A5, Dassault, Enel entre outros. A empresa alega ter contratos com 197 das 500 maiores empresas do mundo.