A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) teme que a chegada do 5G possa significar um aumento nas desigualdades do acesso aos serviços de telecomunicações. A parlamentar, coordenadora do GT da Câmara dos Deputados que acompanha a implementação da tecnologia 5G no Brasil, entende que existe risco de haver vários grupos de usuários separados conforme a tecnologia fique disponível e acessível financeiramente.
"No rumo que vai, como está sendo desenhado pelo governo, vamos ter três grupos: aquele grupo que ainda não tem nem 3G nem 4G, como no interior do Nordeste e da Amazônia; aquele grupo com acesso a 3G ou 4G; e um grupo muito menor com acesso ao 5G. Isso é muito ruim para o desenvolvimento do Brasil", disse a parlamentar na audiência pública realizada nesta terça, com representantes das empresas fornecedoras de equipamentos de quinta geração.
O deputado Vitor Lippi, por sua vez, acredita que o 4G "acelerado" pode atender grande parte das necessidades do consumidor brasileiro, lembrando que na área rural hoje a conectividade é baixa.
Na avaliação do parlamentar, também é importante que o leilão do 5G seja aberto à participação de todas as empresas fabricantes de equipamentos e seja realizado o mais breve possível, para garantir ganhos de produtividade com a digitalização da indústria e de setores como o agronegócio. "Estamos um pouco atrás de outros países, mas podemos nos recuperar se o leilão for feito no segundo ou terceiro trimestre", opinou. Lippi também defendeu que a tecnologia 5G deve chegar às pessoas a preços acessíveis.
O edital do 5G já foi aprovado pelo Conselho Diretor da Anatel e está em análise atualmente no Tribunal de Contas da União (TCU).
Na sessão do GT realizada nesta terça, também foi aprovado a realização de um seminário internacional sobre o 5G, organizado pela Câmara dos deputados.