Satélites em alta para IoT, mas falta de padronização preocupa

especialistas debatem mercado de satélites na CES 2023

O mercado de satélites está em alta na CES 2023, que acontece esta semana em Las Vegas. Seja pelo "hype" dos últimos provocado pela chegada da Starlink e pela Amazon no mercado, seja pelos recentes lançamentos da Apple e da Qualcomm (com Android) de dispositivos que utilizam a rede de satélites para algumas funções, como alertas de emergência, o fato é que o tema ganhou espaço nos debates e atraiu startups ao evento, que é referência para o mercado de eletrônica de consumo.

Entre os temas do mercado de satélites que chamaram especial atenção nos debates estão a conectividade banda larga a localidades remotas; a conexão direta de dispositivos IoT via satélite para algumas funções; e o uso de satélites de observação. Esses foram os três temas mais comentados nos debates.

Mas se de um lado existe um certo encantamento com o mundo dos satélites, os profissionais do setor que participaram dos debates deixaram claro que nem tudo são flores no mundo das aplicações via satélite. E o grande desafio para que haja um casamento maior entre a conectividade por satélite e o mundo da tecnologia de consumo (veículos, máquinas, dispositivos, pessoas etc) é a padronização.

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Uma das especialistas que levantou o problema foi Lilac Muller, VP de gestão de produtos da Kymeta, uma das principais empresas de desenvolvimento de antenas eletrônicas para recepção via satélite.

"Se você quer conectar vários satélites diferentes, de empresas diferentes, precisará usar vários modems. Se o mercado de celular começou a se preocupar com isso nos anos 90 e hoje você liga seu celular em qualquer lugar do mundo independente da operadora, no mundo dos satélites ainda estamos no início do processo".

Uma das explicações para a falta de padronização são os riscos inerentes ao setor, com elevados custos de desenvolvimento  e cronogramas muito apertados. Para Payam Banazadeh, CEO da Capella Space, esses riscos acabam sendo minimizados com a tendência de uma forte integração vertical.

Tushar Sachdev, CTO da Kore Wireless, uma operadora de redes e sistemas de IoT, vê ainda um certo "Velho Oeste" no mercado de satélites, principalmente no segmento de banda larga e IoT, mas ele acredita que o processo de padronização do 5G, com os releases 17 e 18 já prevendo a conectividade via satélite do padrão, pode fazer com que todo o setor de satélites caminhe na mesma direção que o restante da indústria de IoT, diz ele. (O jornalista viajou a Las Vegas a convite da Consumer Technology Association)

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