Um tema que ganha cada vez mais relevância no universo de telecomunicações é a destinação da faixa de 6 GHz. Para a Líder do Conselho da Abrint, Cristiane Sanches, este é, inclusive, "o grande debate regulatório" do ano.
Destinada para o uso não licenciado, a faixa dos 6 GHz é alvo de disputas, entre as grandes operadores de banda larga móvel e empresas interessadas no uso do espectro, como ISPs. Ela também pode ter sua liberação outdoor liberada em tod a faixa com a entrada de um novo elemento deste ecossistema: os operadores de coordenação de frequência, AFC.
O sistema AFC trata-se de um banco de dados padronizado para o Wi-Fi 6E, que se propõe a fornecer informações da ocorrência ou não de interferência no sinal. Ao discutir a liberação da faixa em sua integralidade, a possibilidade de convivência com os demais serviços externos sem interferência é primordial.
Não só a representante da Abrint, como também demais palestrantes de entidades como a Abranet e a FBA presentes no Futurecom 2023, nesta quinta-feira, 5, acreditam que com o AFC será possível a aprovação para o uso externo do WiFi 6E na integralidade da faixa de 6 GHz, isto é: os 1.200 MHz de banda disponível nessa frequência.
"Não vai ter retrocesso. A Anatel entende a importância da faixa dos 1.200 MHz para uso não licenciado. Ela já entendeu isso no uso indoor", defendeu Sanches. "O fato de o Brasil aguardar os resultados da Conferência Internacional [a WRC-23] não significa retrocesso. Pelo contrário, mostra uma postura adequada da agência nesse trabalho e uma preocupação em conciliar outras agendas", julga Sanches.
A expectativa da Abrint é de que a utilização da faixa de 6 GHz por redes Wi-Fi democratize o uso outdoor e aumente a competição em serviços de conectividade no Brasil. Além disso, foram destacados outros benefícios, como ganhos como maiores taxas de transmissão, melhor experiência de múltiplo acesso, a economia energética possível, a adaptação dos dispositivos à faixa sem grandes alterações, entre outros.
