Até o final deste ano, haverá quase 3 bilhões de usuários de Internet fixa e móvel, sendo dois terços deles oriundos de países em desenvolvimento, de acordo com levantamento divulgado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) nesta segunda-feira, 5. Vale destacar que a grande maioria das conexões é móvel, respondendo por nada menos do que 2,3 bilhões de usuários ao final do ano. A entidade estima também que os países em desenvolvimento saltem de 974 milhões em 2009 para 1,9 bilhão de usuários em 2014.
Mas a UIT mostra que há muito espaço para crescer: ainda há 4 bilhões de pessoas no mundo que não usam a Internet. Dessas, mais de 90% das estão nos mercados em desenvolvimento.
O levantamento afirma que a penetração global da Internet é de 40%, sendo 78% do total de conexões pertencentes a países desenvolvidos e 32% aos países em desenvolvimento. A Europa tem a maior penetração, com 75%, seguida das Américas, com 65%; Comunidade dos Estados Independentes (CEI, que engloba 11 países da antiga União Soviética, inclusive a Rússia) com 56%; países árabes com 41%; Ásia e Pacífico com 32%; e África, que terá 19% da população estará online ao final do ano, dobrando a penetração em relação a 2010.
Os mercados desenvolvidos estariam chegando à saturação na Internet fixa, diz a UIT. Nessas regiões, 78% das residências terão conexão à Internet, contra 31% de penetração em países em desenvolvimento. A média global será de 44%. Na região da CEI, uma em cada duas residências (53%) terão conexão. Na África, essa proporção será de uma a cada dez (11%). A Europa terá penetração de 78% até o final do ano, seguida de Américas (57%).
Banda larga
Apesar de ainda haver aumento, a penetração de banda larga fixa está freando em países em desenvolvimento. A UIT diz que o crescimento caiu de 18% em 2011 para 6% em 2014 nessas regiões. Ainda assim, em 2013 o número de conexões fixas nesses países superou o das nações desenvolvidas, "uma tendência que deverá continuar, dada as altas taxas de crescimento dos países em desenvolvimento comparadas às dos países desenvolvidos".
As Américas possuem o menor crescimento nessa área, com 2,5% no período de quatro anos, atingindo a taxa de 17% ao final deste ano. A ressalva que se faz é o critério da União Internacional de Telecomunicações de incluir a América Latina junto com a América anglo-saxônica, provocando um resultado artificial na região. De acordo com o Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2014, com base em dados da Anatel referentes a dezembro de 2013 (incluindo acessos corporativos), a penetração da banda larga fixa no Brasil era de 11,4%.
A UIT afirma que as regiões da África, países árabes e a CEI são as únicas com crescimento de dois dígitos na penetração, totalizando respectivamente as taxas de 0,4%, 3% e 14%. A região da Europa conta com penetração de 28%. A penetração mundial até o final do ano será de "quase 10%". Países desenvolvidos têm penetração de 27%, enquanto as nações em desenvolvimento registrarão 6%.
Do total de conexões fixas de banda larga, 44% estão na região da Ásia-Pacífico e 24% estão na Europa, enquanto 0,4% estão na África, apesar do crescimento de dois dígitos nos últimos quatro anos.