O lucro líquido da Tele Norte Leste Participações (TNLP) em 2008 caiu pela metade em relação a 2007, baixando de R$ 2,32 bilhões para R$ 1,15 bilhão. A explicação está no aumento das despesas financeiras por conta da compra da Brasil Telecom, assim como o efeito da desvalorização cambial sobre a parte não protegida da dívida e os custos para entrada em operação com telefonia móvel em São Paulo, informou o diretor de finanças e relações com os investidores da companhia, Alex Zornig.
A crise econômica ainda não afetou a receita da TNLP. Em 2008, a receita operacional bruta subiu 8,1%, alcançando R$ 27,2 bilhões. A receita líquida, por sua vez, aumentou 6,6%, atingindo R$ 18,7 bilhões. O Ebitda, contudo, registrou queda de 6,6%, passando para R$ 6,07 bilhões. O item que mais impactou essa queda foram os despesas de comercialização, que subiram de R$ 2,66 bilhões em 2007 para R$ 3,52 bilhões no ano passado.
A receita com telefonia fixa permaneceu praticamente estável em 2008: R$ 20,8 bilhões, ante R$ 20,72 bilhões em 2007. Nesse total, foi verificada uma redução no faturamento com telefonia local (-4%), que foi compensada por um aumento na receita com comunicação de dados (+18%). A companhia faturou R$ 11,19 bilhões com telefonia local em 2008 e R$ 3,4 bilhões com comunicação de dados no mesmo período. Em longa distância foi registrado um aumento de 7,4%, alcançando R$ 3,85 bilhões.
Endividamento
Ao fim de dezembro, a dívida líquida da companhia era de R$ 9,8 bilhões. Um ano antes, era de apenas R$ 2,7 bilhões. O aumento se deveu à alavancagem da empresa para aquisição da BrT e da Amazônia Celular. "Apesar do aumento, consideramos a dívida absolutamente sob controle. É uma dívida de médio e longo prazo e temos uma forte geração de caixa", afirmou Zornig.
A companhia tem planos de captar mais esse ano, algo entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões, principalmente com o objetivo de financiar o tag along dos minoritários da BrT. "Não falta crédito para a Oi, mas os spreads bancários estão mais altos", relatou o executivo. A companhia vem procurando fontes alternativas de empréstimo, como um banco finlandês que emprestará cerca de US$ 500 milhões para a companhia adquirir equipamentos da Nokia-Siemens Networks. Há negociações também com um banco de fomento chinês para compra de infra-estrutura da Huawei. Segundo Zornig, o pico da dívida líquida da empresa este ano deve acontecer no segundo trimestre, caindo em seguida. "Não queremos que ultrapasse 2 vezes o Ebitda", informou.
Crescimento operacional
Ao fim de 2008 a Oi tinha 40,4 milhões de clientes, sendo 13,9 milhões de assinantes em telefonia fixa; 24,4 milhões em telefonia móvel; e quase 2 milhões em banda larga – dos quais 1,97 milhão no Velox e 51 mil na Oi TV. A base total de assinantes registrou um aumento líquido de 8,7 milhões em um ano. Boa parte deles vieram da operação móvel, especialmente em São Paulo, onde a operadora conquistou 2 milhões de usuários no ano passado.
Oi e BrT juntas tinham 56 milhões de clientes ao fim de dezembro. Em 2009 a Oi pretende adicionar 9 milhões de usuários, sendo 3 milhões apenas em São Paulo, alcançando 65 milhões de assinantes.