Bittar quer acordo para aprovar PL 29 ainda neste ano

O deputado Jorge Bittar (PT/RJ) acredita que é possível fechar um acordo entre teles e radiodifusores que garanta uma rápida tramitação do Projeto de Lei 29/2007, que trata do sistema de produção, empacotamento e comercialização de conteúdos audiovisuais. O parlamentar declarou, durante o 2º Acel Expo Fórum, que acontece esta semana em Brasília, que trabalhará para que a proposta termine sua tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal ainda no primeiro semestre deste ano.
?Se conseguirmos fechar um consenso na Comissão de Comunicação, a matéria tramita mais rápido?, afirmou. ?Eu sempre digo que no Congresso as coisas podem levar dez anos ou dez segundos para serem aprovadas. Depende do grau de consenso político?, completou.
Para garantir esse consenso, Bittar voltou a reunir-se com os diversos representantes das empresas de telecomunicações e de radiodifusão. O deputado vê avanço nas conversas e pretende apresentar seu novo substitutivo pronto entre os dias 15 e 20 de março. A escolha exata da data dependerá da rapidez em conseguir um entendimento entre os interessados na proposta. O objetivo é votar o novo texto após a Semana Santa.

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TV digital

Bittar também terá outros compromissos políticos em meio à negociação do PL 29. Na próxima semana, o deputado irá para o Chile na comitiva do ministro das Comunicações, Hélio Costa. O objetivo da viagem será tentar convencer o país vizinho a optar pelo padrão nipo-brasileiro de TV digital, dando início ao projeto do governo de transformar a opção brasileira no padrão da América do Sul. O Chile já havia optado pelo padrão norte-americano, mas estaria disposto a conversar sobre o modelo brasileiro.

Parceria

Durante o debate no Acel Expo Fórum, os representantes da TIM e da Globo, presentes à mesa redonda com Bittar, mostraram que, ao menos no discurso, os dois pólos estão de acordo em relação ao papel que cada um terá no cenário convergente. Os dois setores usam a palavra ?parceria? para sintetizar o método de negócios daqui para a frente, deixando claro que não há, à primeira vista, a intenção de uma verticalização das duas cadeias.
?Vemos que existirá uma integração entre as operadoras de telecom e as empresas de mídia?, afirmou Renato Ciuchini, diretor de planejamento estratégico da TIM. ?Mas a experiência mundial mostra que o caminho da unificação não gerou bons resultados?, completou, citando como exemplo a aquisição e posterior venda da Endemol pela Telefónica.
Para Carlos Brito, da direção de engenharia da TV Globo, cada ramo terá o seu papel específico no cenário convergente. ?A telefonia móvel é complementar à TV digital. O que a telefonia celular pode fazer, nós não podemos fazer de forma economicamente viável. E o que a TV digital é capaz de fazer, as móveis não fazem de forma economicamente viável?, avaliou o executivo. Para Brito, as celulares têm uma tendência de conseguir distribuir conteúdo com preços cada vez menores, por conta dos ganhos de escala. Mas o know how para a produção destes conteúdos ainda é um nicho das radiodifusoras.
Ainda segundo Brito, não há uma preocupação entre as grandes produtoras de conteúdo em adaptar os programas veiculados atualmente para um formato mais adequado à recepção móvel. ?Eu vejo que sempre se usa a Europa como exemplo e me preocupo. A televisão na Europa é ruim; é horrível. O povo europeu odeia televisão. E isso não acontece no Brasil. A nossa televisão é muito boa?, afirmou. ?Nós não temos essa preocupação. Achamos que o nosso conteúdo como está hoje é muito atrativo.?
Para o presidente da consultoria Spectrum, João Santelli Jr., o diálogo entre esses dois setores é importante e atual, já que empresas do mundo todo têm apostado nessa parceria para otimizar seus ganhos e oferecer produtos mais em conta para os consumidores. ?Nós acreditamos que o nosso caminho será mais lento, mas semelhante ao que está ocorrendo no resto do mundo?, avaliou.

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