(Atualizada às 08:54) O balanço da TIM do quarto trimestre de 2015, que também consolida os resultados anuais, começa, já pela carta de apresentação do presidente da operadora, Rodrigo Abreu, definindo o que foi o ano: uma "tempestade perfeita. A deterioração do cenário econômico com retração da economia, desvalorização. da moeda queda no consumo tiveram reflexos claros nos números da operadora. O que a TIM comemora em meio a tantos números ruins é ter conseguido bater as metas de expansão de infraestrutura.
Do ponto de vista financeiro, a operadora apresentou queda de 12,1% na receita líquida anual, para R$ 17,138 bilhões. No quarto trimestre a queda foi de mais de 20%, para R$ 4,122 bilhões. As receitas com serviços móveis tiveram queda de 6,4% no ano (para R$ 22,11 bilhões) , sendo as maiores quedas percentuais em assinatura e utilização (11,3% a menos em relação a 2014), longa distância (queda de 12,4%) e interconexão (queda de 39,9%). O aspecto positivo foi o aumento nas receitas com SVA, que saltaram 17%, para R$ 7,7 bilhões, o que já representa 38% da receita líquida com serviços. Esse crescimento das receitas com SVA aconteceu mesmo com uma queda anual de 36% das receitas com SMS.
A TIM também teve um aumento de receitas com a operação de banda larga e telefonia fixa, que avançou 11%, mas o montante é pequeno perto das demais receitas: R$ 1 bilhão. Por outro lado a receita com aparelhos caiu 40,8% no ano, para R$ 2,6 bilhões.
Com tudo isso, a receita média por usuário caiu 5,6% no ano, para R$ 17, mas a TIM conseguiu também cortar em 16% os custos operacionais recorrentes. Com isso, a queda no EBITDA anual foi de 2,6%, para R$ 5,4 bilhões positivos, e a margem cresceu 3,1 pontos percentuais, para 31,5%. O lucro líquido, contudo, caiu 20,3%, para R$ 1,23 bilhão no ano. Se for considerado o efeito da venda da infraestrutura de torres, o EBITDA anual foi de R$ 6,6 bilhões (aumento de 19,3%) e o lucro foi de R$ 2,07 bilhões (aumento de 33,9% no ano).
A TIM relata um investimento total de R$ 4,66 bilhões no ano, um aumento de 18,6% em relação a 2014. Isso representa 27% da receita líquida. A dívida bruta é de R$ 8,4 bilhões, o que significa um aumento de 10% no ano, 78% da dívida é de longo prazo e 35% é em moeda estrangeira. Em caixa, a companhia tem R$ 6,7 bilhões, o que leva a dívida líquida para R$ 1,7 bilhão.
Com esses resultados, a TIM deve propor ao conselho a distribuição de R$ 468,6 milhões em dividendos, o que significa um aumento de 27,6% em relação a 2014. O valor é maior porque como o cálculo é feito sobre o lucro líquido total (não recorrente), que teve aumento, e a TIM paga pelo mínimo previsto na legislação, de modo que não haveria como não haver aumento.
Operação
Do ponto de vista operacional, a operadora perdeu 12,5% de sua base, fechando o ano com 66,2 milhões de clientes. Os smartphones já representam 68% da base, e os usuários 4G totalizam 7,1 milhões (37,5 milhões são usuários 3G). Os usuários únicos de dados são 31,8 milhões, ou 48% da base. A taxa de churn da operadora (desconexões) é de 59% anuais, mas esse percentual total considera a limpeza de quase 5 milhões de clientes feita no último trimestre. A banda larga fixa fechou o ano com 220 mil usuários e 2,1 milhões de domicílios endereçáveis.
Os minutos de uso (MOU) caíram 12% no ano, para 119 minutos, ainda que essa queda tenha sido, aparentemente, estancada no último trimestre, com a mudança nos planos oferecidos.
Prezado Samuel–Excelente artigo. A TIM desenvolveu a melhor estrategia para o mercado pre-pago ante as altas taxas de VU-M. Agora tera de se adaptar rapidamente ao novo cenario de VU-M em queda drastica mais a "tempestade perfeita" (recessao, desvalorizacao cambial, e OTTs mudando o trafego de voz e SMS com o crescimento da banda larga movel.