O presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, afirmou que não recebeu nenhuma proposta formal da Oi para uma eventual fusão entre as operadoras, pelo menos até agora. "Existe, sim, um possível cenário. A estrutura do mercado brasileiro apresenta características de ganhos de escala para a operadora com menor base móvel, mas se existe interesse (da TIM) vamos avaliar a oportunidade se e quando acontecer. Até o momento o que existe é o anúncio de intenção de preparação
de uma potencial proposta", enfatiza.
De qualquer maneira, Abreu reforçou o que já vem dizendo desde 2013, quando as especulações sobre um eventual fatiamento e venda da TIM, que agora se converteu em objeto para fusão (e inteira): "A TIM não depende ou busca consolidação para cumprir seus planos no Brasil. E isso se prova pelo aumento expressivo de Capex para infraestrutura no País no plano trimestral (2015-2017) e que já permitiu que alcançássemos a liderança em (cobertura) 4G no último trimestre".
Em uma análise de oportunidade, na visão do presidente da TIM, seriam determinantes o potencial de retorno sobre investimento e a saúde financeira da operadora em questão – lembrando que a Oi tem um passivo financeiro relevante, agravado também por um passivo regulatório atrelado à concessão com relação a obrigações de universalização e atendimento e insegurança de investimento em infraestrutura com relação à reversibilidade de bens.
Essas questões levaram a TIM a descartar uma fusão com a Oi numa análise feita anteriormente. "Embora já tenhamos feito estudos, o marco regulatório atual e o passivo futuro, (a fusão com a Oi) não se mostrou interessante", conclui Abreu, que junto a outros diretores da TIM receberam analistas de mercado e jornalistas para a apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2015.
O cenário regulatório permanece inalterado e a revisão dos contratos de concessão que deveria ocorrer até dezembro não devem tratar destas questões mais delicadas. O que pode mudar o pano de fundo para uma eventual consolidação é a mudança que o Ministério das Comunicações prepara, para o primeiro semestre de 2016, no modelo brasileiro de telecomunicações – que deve definir de uma vez por todas a questão dos bens reversível e pretende alterar o foco de serviços de voz para a banda larga.