Em fato relevante publicado na manhã desta sexta-feira, 4, o grupo Oi informou que apesar de o preço das ações preferenciais da Brasil Telecom S.A (BRTO4) terem caído mais de 20% desde 25 de abril passado, a oferta pública voluntária (OPA) para aquisição de até 1/3 dos papéis em circulação continua mantida e seguindo as condições originais. Pelo edital da oferta, a Oi tem o direito de reformular os preços da OPA caso a cotação se mantenha abaixo de 20% do valor registrado em 25 de abril. Naquela data, a ação valia R$ 20. No pregão da última quinta-feira, 3, fechou em R$ 15,86.
O leilão está marcado para acontecer no dia 22 de julho. A Oi promete pagar R$ 23,42 pela BRTO4 e R$ 30,47 por ação preferencial da Brasil Telecom Participações (BRTP4). Desde que anunciou sua intenção de realizar as OPAs, a Oi vem adquirindo livremente no mercado esses dois papéis, na tentativa de reduzir a quantidade necessária para atingir nos leilões 1/3 das ações em circulação. Segundo analistas do mercado, faltaria um percentual pequeno para a Oi alcançar essa meta e provavelmente muito pouco precisará ser comprado nas OPAs.
Investidores
Apesar de o preço das ações estar caindo, muitos investidores têm aceitado vender seus papéis para o grupo Oi em vez de esperar pelas OPAs por duas razões: 1) vendendo agora é possível se desfazer de toda a sua posição nessas classes de ações, enquanto nas OPAs a venda será dividida proporcionalmente entre todos os interessados até se alcançar o limite estipulado pela Oi de 1/3 das ações em circulação; 2) as OPAs poderiam nem acontecer, se a Oi conseguisse alcançar 1/3 dos papéis antes do leilão.
A queda no valor de BRTO4 e BRTP4, segundo analistas, decorre da crise do mercado de ações como um todo. E é exatamente as dúvidas sobre como ficará o mercado a longo prazo que têm levado os investidores a vender seus papéis. "Temos registrado muita saída de investidores estrangeiros", comenta um analista que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, a Anatel prorrogou por mais 15 dias a consulta pública do novo Plano Geral de Outorgas (PGO), o que atrasa ainda mais a conclusão da compra da BrT pela Oi. "Quem decidir ficar com as ações da BrT, poderá convertê-las em ações da Telemar no futuro. Mas esse será o último passo de um longo processo", comenta Eduardo Roche, analista do banco Modal. "Será que vale a pena esperar? E se o mercado se desvalorizar mais ainda até lá?", pergunta outro analista.