Vero avança em energia renovável e na conectividade de escolas

A Vero publicou nesta semana uma nova edição de seu relatório de sustentabilidade, referente ao ano de 2023. Entre os avanços na agenda de governança ambiental, social e corporativa (ESG) estão um salto no consumo de energia a partir de fontes renováveis e também na conexão voluntária de escolas – onde a empresa vê inclusive uma possível convergência com políticas públicas.

Os resultados foram abordados em conversa do TELETIME com o diretor de assuntos corporativos da Vero, Flavio Rossini e com a gerente de relações institucionais e ESG da Vero, Thamyris Alonso. "Estruturamos essa frente desde 2020 e já estamos colhendo alguns frutos. Ainda estamos na adolescência, mas considero que sejamos um dos ISPs mais maduros [na agenda ESG]", apontou Rossini.

Parte dos avanços estão relacionados à pauta ambiental. Refletindo o crescimento das operações, o consumo de energia da Vero subiu para 5,6 mil MWh em 2023 (ante 4,5 mil MWH em 2022), mas pela primeira vez houve um componente relevante – de 30% – oriundo de fontes renováveis. Em 2024, este patamar pode chegar a 60%, estimam.

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Já para 2025, a meta da companhia é alcançar 85%, passando para 100% do consumo oriundo de energias renováveis em 2030. Para tal, estão sendo firmadas parcerias com empresas de geração distribuída, que injetam energia renovável no sistema em nome da Vero. Em Minas Gerais o consumo já estaria praticamente coberto, a partir de parceria com a (Re)energisa.

Neste ano o foco devem ser acordos com fazendas solares em São Paulo – mercado onde a Vero passou a ter infraestrutura relevante desde a fusão com a Americanet, concluída em dezembro do ano passado. Também há avanços reportados no Rio Grande do Sul e planos para parcerias em Goiás, Santa Catarina e Mato Grosso.

Ainda na frente ambiental, Rossini relata que a Vero fez pela primeira vez um inventário de emissões de gases do efeito estufa, nos padrões exigidos pela Global Reporting Initiative (GRI). No escopo 1, de emissões diretas, foram estimadas 2 mil toneladas de CO2 geradas pelas operações, sendo 96% do volume relacionado à frota de automóveis da operadora.

Munida das informações, a empresa está avaliando qual caminho seguir para reduzir as emissões. Entre as alternativas citadas por Flavio Rossini estão a aposta no etanol como combustível e, eventualmente, na adoção de frota de carros elétricos, especialmente em grandes centros, com menor risco de escassez de pontos de carregamento. "Vamos decidir isso ao longo de 2024", apontou o diretor.

Outro destaque do relatório foi o reaproveitamento nas operações de 42% dos modems retirados da casa de clientes através de processo de logística reversa. Ao todo, foram 64 mil ONUs recuperadas e reutilizadas pela companhia em 2023, ante 37 mil em 2023. A meta é reaproveitar 90% dos modems operacionais em 2025 e 100%, até 2030.

Educação conectada

Outro elemento importante da estratégia ESG é a conexão voluntária de escolas, a partir do projeto Escolas Conectadas. Ao fim de 2023 eram 83 unidades beneficiadas e 58 mil alunos, mas os números mais recentes já apontam 145 escolas e 90 mil estudantes impactados.

Rossini relata que a empresa tem buscado parcerias para ampliar a doação da conectividade. Em paralelo, um próximo passo é o de avaliar políticas públicas e recursos disponíveis para embarcar em uma próxima etapa do projeto, aponta o executivo. A Vero já tem contato em curso com o BNDES para acessar recursos do Fust para iniciativas do gênero.

Já segundo Thamyris Alonso, a nova aposta do governo no Fust via benefício fiscal é outra alternativa observada pela operadora, bem como editais da EACE, entidade que administra os compromissos de educação do leilão do 5G.

Já nas 145 escolas que a Vero já conecta de forma gratuita, são utilizados recursos próprios e firmados contratos de três anos, explica Alonso.

Mulheres em cargos de liderança

O consumo de energia renovável e a conexão de escolas são metas que impactam a remuneração variável na Vero – bem como os objetivos de mulheres em cargos de liderança. A empresa reporta 33% de presença do gênero nas funções de chefia e mira meta de 35% em 2025, até ao menos 40% em 2030.

Segundo Rossini, a empresa está entrando em um estágio de maturidade na pauta que torna um desafio a continuidade de crescimento. "A cada 1% para cima vai ficando mais difícil", reconheceu o executivo, mas ainda apostando em trajetória positiva do indicador.

Em paralelo, há possibilidade da empresa fixar novas metas de diversidade para os próximos ciclos. Um dos passos em preparação é a contratação de uma consultoria responsável por um censo interno de funcionários da Vero, o que dará subsídios para novas metas de ESG junto à força de trabalho.

A Vero conta atualmente com 3,2 mil funcionários, sendo 500 integrados na companhia por conta da fusão com a Americanet (cujos indicadores ainda não foram refletidos no relatório de sustentabilidade divulgado nesta semana). Hoje, a operadora atende 425 cidades e se coloca como o quinto maior grupo de telecomunicações do País.

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