A reunião entre conselheiros e técnicos da Anatel e o ministro das comunicações Paulo Bernardo realizada no começo desta semana teve uma pauta ampla, considerando os temas colocados pela presidência da Anatel, dos demais conselheiros e da procuradoria jurídica. Da parte da presidência da agência, foi colocada também a questão dos funcionários da Telebrás cedidos à agência, o encaminhamento do PGMU e os projetos de lei que mexem na competência da Anatel (lei do novo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e a Lei das Agências). Como foi uma reunião de cortesia e troca de informações, poucas decisões foram tomadas. Mas ficou acertado que a Anatel terá antecipar o quanto possível o encaminhamento do PGMU, juntamente com outros regulamentos prioritários. Provocado por questionamentos dos integrantes da reunião sobre o futuro da Telebrás, o ministro também sinalizou que a Telebrás de fato terá o papel de expansão da infraestrutura com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão ao ano, mas que a ela caberá apenas a oferta de serviços no atacado.
Alguns conselheiros da Anatel colocaram também a questão da faixa de 700 MHz. O ministério manifestou o desejo de ver um seminário organizado pela agência para discutir a destinação das diferentes faixas de frequência, inclusive de 700 MHz, e isso deve ser anunciado em breve.
Outros pontos colocados pelos conselheiros da Anatel, como a redução do Fistel, o debate sobre bens reversíveis, a mudança na definição do STFC com a eliminação do limite de 64 kbps e a criação de um serviço público de banda larga não receberam maiores comentários por parte do ministro, segundo interlocutores presentes ao encontro.
Da parte do ministro Paulo Bernardo, segundo os relatos, houve ainda a sinalização de que haverá a necessidade de uma reforma na Lei Geral de Telecomunicações, o que será feito no âmbito do projeto de Lei de Comunicação Social que está sendo trabalhado pelo Minicom. Nesse ponto, houve resistência dos conselheiros, que se mostraram contrários a mudanças mais amplas no marco legal das telecomunicações. Ficou acertado que a Anatel irá colaborar com o ministério nas questões que envolvam a LGT.