As estimativas mais favoráveis de bancos e corretoras sobre desempenho de empresas no segundo trimestre de 2004 citam o segmento de telefonia celular ao lado dos setores siderúrgico, minerador, de consumo e de papel e celulose. O último relatório do Banco Espírito Santo justifica as expectativas em relação às operadoras de telefonia móvel em parte pela sazonalidade. Com os dias das Mães e dos Namorados, as vendas costumam ser bem superiores às dos primeiro trimestre. E os volumes de venda deste ano de fato estão sendo superiores aos do ano passado. O que talvez reduza um pouco o impacto dessas vendas sobre as receitas são as promoções agressivas que várias operadoras vêm fazendo em tarifas e subsídios de aparelhos. Mas não o suficiente para reduzir margens. Do ponto de vista financeiro, só a Telemig e Tele Norte Celular não estão com suas dívidas em dólares totalmente protegidas por hedge.
?A tendências para os próximos trimestres é positiva pelo potencial de utilização dos serviços pelos novos clientes incorporados à base das empresas?, diz o analista do BES, para quem os destaques do ano devem ser a Tele Celular Sul e a CRT Celular.
Telefonia fixa
Para a telefonia fixa, a melhora efetiva de receitas só chega no próximo trimestre, por conta dos aumentos das tarifas que vão se definidas até o fim de junho. Desde já, porém, os analistas esperam uma ligeira recuperação do tráfego local e maior crescimento da banda larga, justamente devido à melhora da atividade econômica.
O Banco Espírito Santo está dando destaque à Brasil Telecom, para a qual espera aumento de receita em longa distância nacional e internacional. Também espera que a Embratel comece a reduzir o reflexo negativo da consolidação da Vésper, com diminuição de custos e despesas operacionais. A situação da Embratel só piora se a taxa de câmbio do dia 30 de junho subir muito além da cotação atual. Isso porque apenas 60% da dívida em moeda estrangeira está protegida por hedge.