As operadoras de telecomunicações Algar, Claro, Oi, TIM e Vivo, representadas pelo SindiTelebrasil, chegaram a um entendimento com o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para fornecer dados gerados a partir das redes móveis para as ações do governo de combate ao Covid-19. Este é o único uso possível dos dados, conforme acordado. As ações visam monitorar mobilidade populacional, deslocamentos, pontos de aglomeração e identificar situações de concentração de pessoas e risco de contaminação.
As informações serão organizadas e agregados em um "data lake" de maneira anônima e e consolidada, obedecendo o que estabelece a Lei Geral de Proteção de Dados e o Marco Civil da Internet, informa o SindiTelebrasil em nota. Não será possível, portanto, pinçar dados de um usuário específico, como sugeriu na quarta-feira, 1º, o Ministério da Saúde.
Também faz parte do acordo o desenvolvimento de aplicações específicas para acompanhar a evolução da doença e orientar medidas de combate. Nesse sentido, outras instituições e empresas podem ser convidadas a colaborar e agregar dados ao sistema.
A iniciativa parte de uma demanda do próprio MCTIC desde o começo dos trabalhos do Comitê de Gestão de Crise, e de alguma maneira reproduz iniciativas que operadoras como TIM e Vivo já tiveram com governos estaduais.
Mas será o primeiro esforço conjunto nacional de todas as operadoras para criar um data lake único a partir dos dados de mobilidade da rede para a implementação de políticas públicas. Há alguns anos as empresas de telecomunicações falam do potencial de iniciativas como essas para ações coordenadas voltadas a cidades inteligentes, mobilidade urbana, segurança pública etc.