Ações da Oi caem 7% em meio a dúvidas sobre investimentos da Portugal Telecom

As ações preferenciais (PNs) da Oi (OIBR4) caíram nada menos do que 7,18% no pregão da Bovespa desta terça-feira, dia 1º, e atingiram o valor mais baixo de cotação nos últimos cinco anos: R$ 1,81. A cotação de hoje tirou o posto de pior desempenho do dia 15 de maio, quando o valor das PNs chegou a R$ 1,83. No acumulado de 2014, os papéis preferenciais da Oi tiveram seu valor reduzido praticamente pela metade, queda de 49,7% em relação à cotação de R$ 3,60 do dia 1º de janeiro.

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As ações ordinárias (ONs) também sofreram: queda de 5,77%, para R$ 1,96, apenas R$ 0,01 centavo acima da pior cotação dos últimos cinco anos de 15 de maio, quando os papéis OIBR3 chegaram a R$ 1,95. A perda de valor das ações de controle da Oi no ano chegou a 46,15% em 2014 – em 1º de janeiro deste ano estavam cotadas a R$ 3,64.

Portugal

A queda das ações da Oi acompanharam a queda histórica de sua controladora do outro lado do Atlântico. As ações da Portugal Telecom (PT) chegaram a cair 10% para o menor valor dos últimos 17,5 anos e fecharam o dia na bolsa de Lisboa com queda de 4,71%, cotadas a 2,55 euros. O valor dos papéis foi pressionado pela confirmação, na última sexta-feira, da compra de notas promissórias da Rioforte, do Grupo Espírito Santo. Essa compra foi vista com desconfiança pelo mercado. Em comunicado nesta terça, a PT informou ter uma exposição total ao Grupo Espírito Santo de 897 milhões de euros em notas promissórias da Rioforte. A Comissão de Valores Mobiliário de Portugal investiga o caso, pois não teria havido a devida comunicação prévia ao mercado, o que se agrava pelo fato de o BES ser controlador da Portugal Telecom e de a operação ser considerada de alto risco. Oficialmente, a Portugal Telecom responde que foi uma transação corriqueira de tesouraria e que não haveria a obrigação de informar ao mercado.

Segundo fontes de mercado ouvidos por este noticiário, o prazo para que a Portugal Telecom resgate as promissórias da Rioforte seria dia 14 de julho, e há grande expectativa sobre a capacidade do grupo Espírito Santo em arcar com o compromisso e com a remuneração prometida à PT. Também há receio de que a revelação do negócio entre Portugal Telecom e Rioforte reabra a discussão sobre qual o valor que foi atribuído à Portugal Telecom no processo de fusão com a Oi. Alguns minortários da Oi chegaram a questionar junto à CVM essa valoração, mas não tiveram sucesso. Com esse novo fato, a polêmica pode ser retomada. Hoje, o valor aplicado pela Portugal Telecom na Rioforte seria equivalente a 40% de seu próprio valor de mercado.

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